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Bolsonaro está no centro de uma polêmica após ter afirmado à cantora Preta Gil que não discutiria "promiscuidade" após ser questionado sobre como reagiria caso o filho namorasse uma mulher negra | Renato Araújo/ABr
Bolsonaro está no centro de uma polêmica após ter afirmado à cantora Preta Gil que não discutiria "promiscuidade" após ser questionado sobre como reagiria caso o filho namorasse uma mulher negra| Foto: Renato Araújo/ABr

A Corregedoria da Câmara dos Deputados informou que recebeu nesta quinta-feira (31) quatro representações contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), para seja investigado se houve quebra de decoro parlamentar após declarações sobre negros e homossexuais.

O corredegor, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), ainda não analisou os pedidos. Após a análise, Bolsonaro será notificado e, depois isso, terá cinco dias úteis para apresentar sua defesa. O presidente da Câmara, Marco Maia, informou na noite de quarta (30) que havia encaminhado as representações para a Corregedoria.

Bolsonaro está no centro de uma polêmica após ter afirmado à cantora Preta Gil que não discutiria "promiscuidade" após ser questionado sobre como reagiria caso o filho namorasse uma mulher negra.

A pergunta, previamente gravada, foi apresentada no quadro do programa intitulado "O povo quer saber": "Se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria?" Bolsonaro respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quer que seja. Eu não corro esse risco, e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o teu." Posteriormente, Bolsonaro afirmou que não havia entendido a pergunta.

De acordo com a assessoria de imprensa da Corregedoria, as quatro representações que chegaram são: do deputado Edson Santos (PT-RJ), ex-ministro da Igualdade Racial; do deputado Luiz Alberto (PT-BA) - os dois parlamentares são negros; da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados; e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir).

Outras duas representações já foram protocoladas na Secretaria-geral da Mesa, uma da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro e outra da Promotoria da Mulher da Câmara. No entanto, em razão de o presidente da Câmara estar em Belo Horizonte, ainda não foram remetidas.

As representações são previamente analisadas pelo presidente da Casa, que remete para a Corregedoria se considerar que os argumentos da representação são consistentes. Após chegar à Corregedoria, o corregedor notifica o deputado para que ele apresente defesa em cinco dias úteis. Após a defesa, o corregedor apresenta um relatório à Mesa com parecer pela abertura ou não de um processo no Conselho de Ética. O presidente analisa o parecer para decidir se é caso de abertura de processo no Conselho.

"Estúpido"

Nesta quinta, o líder do governo Cândido Vaccarezza (PT-SP) classificou Bolsonaro de "estúpido" por suas declarações.

"Bolsonaro tem se caracterizado como um deputado estúpido, mas ele foi eleito com essa estupidez", disse Vaccarezza a jornalistas. Segundo ele, a opinião não estava sendo dada na condição de líder do governo, mas na de parlamentar.

Ao G1, Jair Bolsonaro disse que Vaccarezza estava sendo preconceituoso com ele. "Eu fui a diversos gabinetes de deputados explicar o que tinha acontecido. Cândido Vaccarezza está sendo preconceituoso comigo. Não vou usar adjetivos piores do que os dele", disse.

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