São Paulo (AG) Corrupção, desemprego e violência são os principais problemas do Brasil. No ranking das preocupações, a corrupção é o problema número um para 38% dos brasileiros, seguida por desemprego (17%) e violência (15%). Até 1995, o ranking era liderado pelos problemas econômicos na pesquisa "Listening Post", que foi criada na década de 70 pela Ogilvy Brasil e repetida entre 31 de agosto e 6 de setembro passado. Foram feitas entrevistas individuais com 450 homens e 450 mulheres em oito capitais do país São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Salvador, Curitiba e Porto Alegre.
A corrupção preocupa mais as classes mais abastadas (46% das citações nas classes A e B e 43% na classe C) e incomoda mais as mulheres (47%) do que os homens (37%). O desemprego, logicamente, preocupa mais os pobres, com 23% das citações das classes D e E e 11% nas classes A e B. A violência também é mais preocupante para as pessoas de menor renda, que estão mais expostas a ela. O tema foi citado por 19% nas classes D e E e por 10% das classes A e B.
Mas preocupação não quer dizer ação, e conduta pessoal nada tem a ver com o pensamento coletivo. Por isso, a pesquisa conclui que o brasileiro pensa no coletivo, mas age no individual. Nada menos do que 72% dos entrevistados acham que quem faz a "coisa certa" nem sempre é recompensado e 78% acham que as pessoas são mais reconhecidas pelos bens materiais que possuem. Estão totalmente divididos em relação "deixar passar deficiências ou falhas no trabalho": 37% concordam que se a pessoa é "legal e bacana", dá para deixar passar. Outros 28% concordam em parte com isso e 35% discordam.
Outro destaque é em relação à ética do cotidiano. Levados a considerar se pequenas transgressões, como comprar CD pirata, falar ao celular no trânsito e bater o cartão de ponto para o colega "não causam mal algum", 19% concordaram totalmente com a afirmação e 20% em parte, embora a maioria (60%) tenha discordado. Nada menos do que 42% dizem que não se incomodam em comprar produtos do comércio informal.
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