O corte de recursos do programa Família Paranaense será mais um passo dado pela atual gestão na direção contrária à que tinha sido prometida um ano atrás. Na disputa pela reeleição, o governador Beto Richa (PSDB) afirmou mais de uma vez que sua prioridade seria o investimento no social. “Nenhuma administração se justifica se não praticar ações para melhorar a vida das pessoas, em especial daquelas que mais precisam do poder público”, afirmava o governador.
Em uma entrevista mais longa concedida à Gazeta do Povo duas semanas depois de reeleito, Richa destacou especificamente o Família Paranaense, do qual dizia se orgulhar: “O social sempre tem que ser priorizado. É fazer um governo para as pessoas, em especial para aqueles que mais precisam do poder público, que são as famílias mais carentes e mais pobres da nossa sociedade” afirmou Richa. “Um grande programa que temos é o Família Paranaense, tanto que o Aécio [Neves, então candidato a presidente] adotou como proposta o Família Brasileira, que seria um avanço ao Bolsa Família. Nós damos uma atenção a essas pessoas que estão na extrema pobreza. Já tiramos 92 mil famílias dessa situação no Paraná, e a meta para o próximo governo é chegar a 200 mil famílias atendidas por esse programa.”
Segundo apurou a Gazeta do Povo, o número de municípios atendidos agora poderá cair de 399 (ou seja, todas as cidades do estado) para 156 (ou seja, menos da metade). Gestores de Curitiba e Pinhais já teriam sido informados da perda de recursos.
Nos últimos dias, o governo do estado anunciou outras medidas que vão contra o discurso de investimento maior no social. Entre elas estão o fechamento de escolas da rede estadual de ensino e o confisco dos recursos do Fundo da Infância e da Adolescência.
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