Professores acampados na Assembleia Legislativa| Foto: Brunno Covello / Gazeta do Povo

Governo paga parte das diárias devidas a bombeiros e PMs

O governo do Paraná começou a pagar as diárias atrasadas da segunda quinzena de janeiro para os 300 policiais militares e 500 bombeiros que estão no Litoral na operação Verão na última terça-feira. A Associação dos Praças do Estado do Paraná e a União dos Praças do Corpo de Bombeiros (UPCB) confirmaram a informação. Os cartões funcionais foram carregados até o final do dia de ontem. Todos os servidores terão suas despesas deste período pagas. O valor liberado para as diárias passa de R$ 2,1 milhões. Pela lei, cada um tem direito a receber R$ 180 por dia.

Apesar disso, o governo estadual ainda deve o pagamento dos 18 dias de fevereiro – data da quarta-feira de cinzas, quando termina a operação Verão. O estado já deveria ter adiantado esses valores para as despesas dos servidores. O valor devido de fevereiro deve passar os R$ 2,5 milhões.

Segundo o presidente da UPCB, Henri Francis, alguns bombeiros ainda seguem em dificuldades, mas o pagamento da segunda quinzena traz alívio. Na noite de hoje, os bombeiros devem se reunir em assembleia na praça Central de Matinhos para definir quais ações serão feitas para cobrar o estado. "Vamos propor em não parar no carnaval até porque a população precisa do trabalho do bombeiro, mas vamos ver o quais serão as propostas para definir", comentou.

De acordo com ele, as manifestações devem continuar. O problema, no entanto, é o medo dos bombeiros. Henri ressalta que há um clima de tensão com alguns oficiais que são contrários aos protestos. "Eles estão com medo de represálias, procedimentos", destacou. Mesmo assim, Henri lembra que há uma decisão judicial que garante a livre manifestação dos bombeiros.

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A Secretaria de Estado da Educação (Seed) apresentou ontem uma estimativa segundo a qual as medidas contingenciais adotadas neste ano pouco teriam afetado o quadro de pessoal das escolas da rede estadual de ensino.

Professores ganham reforço de mais três categorias

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A projeção indica que o corte no número de professores temporários será compensado principalmente pela suspensão das licenças-prêmio, concedidas aos efetivos a cada cinco anos de sala. Só com esta medida, a Seed planeja manter 10,8 mil professores aos colégios. Mas para a APP-Sindicato, que representa a categoria, os cálculos da Seed são "irreais".

"A cada ano, 20% do quadro de professores efetivos da rede ficam sem dar aulas para gozar o benefício. Com essa suspensão, temos essa mão-de-obra adicional nas escolas", disse o secretário Fernando Xavier Ferreira.

Se considerarmos apenas o número de professores efetivos e temporários – aqueles que são contratados via Processo Seletivo Simplificado (PSS) –, o corpo docente da rede estadual teria sofrido uma redução drástica: de 78,5 mil professores em 2014, para 64,1 mil neste ano.

Para minimizar o rombo, a Seed vai destinar às salas de aula 910 professores que prestavam serviços administrativos na Secretaria ou nos núcleos regionais de ensino. Com os mais de 10 mil docentes que deixam de tirar licenças-prêmio, o secretário espera equilibrar o quadro.

Pelas projeções da pasta, o Paraná levaria 75,8 mil professores às salas de aula, número 3,4% inferior ao corpo docente do ano passado. "Os números estão coerentes com a demanda e com o que se tinha antes [no ano passado]", assegurou Ferreira.

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A APP-Sindicato, que representa os educadores, discorda das contas da Seed. Segundo Luiz Fernando Rodrigues, diretor de comunicação do sindicato, a projeção do governo é irreal. "O máximo que a Seed sempre liberou foram cinco mil licenças por período. É um número superestimado, para tentar cobrir o rombo", disse.

Sem funcionários de apoio

Nos últimos dias, a Gazeta do Povo vem mostrando, entre outros problemas, que várias escolas perderam quase totalmente seus funcionários de apoio, estão sem professores suficientes para iniciar o ano letivo, além de terem contraído dívidas pela falta de repasses do fundo rotativo (que diz respeito às despesas básicas das unidades) no fim de 2014.

Ferreira disse haver apenas casos pontuais de superlotação de salas de aula em razão da redução no número de professores. Em relação à estrutura das escolas, o secretário disse que foi feito um levantamento em todos os colégios do Paraná e que apenas 11 necessitam de reformas emergenciais, para as quais o dinheiro já foi liberado. "As escolas têm totais condições de receber os alunos" garantiu.