O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa pode deixar a cadeia nos próximos dias. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a liberação faria parte de um acordo de delação premiada feito entre Costa e o Ministério Público Federal do Paraná. O ex-diretor teria se comprometido a devolver cerca de US$ 23 milhões (R$ 53,6 milhões) desviados pelo esquema depositados em cinco contas na Suíça.
A decisão de liberar ou não o ex-diretor da Petrobras caberá ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que atua no caso desde a revelação da participação de políticos no esquema, que teria lavado R$ 10 bilhões de corrupção. Segundo a reportagem, Costa já era para ter deixado a sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba, na última sexta-feira, mas, por conta do volume de informações reveladas pelo exexecutivo, sua saída foi adiada. À Justiça, ele citou dezenas de políticos da base de apoio do governo federal como supostos beneficiários de um esquema de propinas na estatal.
Apesar da possibilidade de ter a pena reduzida por conta das informações repassadas à PF, Paulo Roberto Costa não se livrará do processo e poderá ser condenado a até cinco anos de prisão, segundo o jornal. Fora da cadeia, o ex-diretor da Petrobras terá que usar tornozeleira eletrônica por um ano. Para Costa, isso seria quase um perdão judicial, uma vez que a expectativa entre procuradores da República e a própria defesa dele era que fosse condenado a uma pena superior a 50 anos pelos crimes de lavagem de dinheiro e ocultação e destruição de documentos.
Ainda de acordo com a publicação, o procurador-geral da Suíça, Michael Lauber, teria confirmado que contas ligadas a envolvidos no escândalo estariam sendo investigadas. Aos investigadores, Costa teria admitido ter mandado US$ 23 milhões desviados no esquema.
Políticos envolvidos
Paulo Roberto Costa, preso em março na Operação Lava Jato, aceitou dar detalhes sobre o esquema de desvio de dinheiro de contratos da estatal com empresas. Após acordo de delação premiada, o ex-diretor teria denunciado pelo menos 25 políticos vinculados a três partidos (PT, PMDB e PP). A revelação de parte do conteúdo dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras provocou muita tensão nos comitês das campanhas da presidente Dilma Rousseff (PT) e da ex-senadora Marina Silva (PSB).
Nos depoimentos, Paulo Roberto Costa teria citado os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB); a governadora Roseana Sarney (PMDB-MA); o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB); o governador do Ceará, Cid Gomes (Pros); e o ministro Edison Lobão (Minas e Energia).
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