O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou, na entrevista publicada pela revista 'Época' nesta sexta-feira, que o dinheiro negociado com o PT (R$ 10 milhões) não apareceu durante a campanha e que viu o publicitário Duda Mendonça reclamar:

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"Eles não pagam meu pessoal. E eu não consigo criar sem dinheiro", teria dito o publicitário.

O presidente do PL afirmou que reclamava com José Dirceu sobre a falta de dinheiro para a campanha e que o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, dizia que iria atrasar, mas pagaria. "Eles receberam R$ 40 milhões. Foram R$ 20 milhões do Lula e R$ 20 milhões do PT, mas misturaram as contas dos estados com a nacional. Fizeram uma bagunça", diz o presidente do PL.

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Costa Neto afirma também que, depois da eleição, ficou arrasado porque o PL só teve 4,7% dos votos e, portanto, ficaria fora das verbas do fundo partidário, e que só conseguiu ajustar o partido para receber porque fez acordo com partidos pequenos, como PST e PGT. "Porque não tive a estrutura que me prometeram", disse.

Costa Neto disse que recebeu R$ 6,5 milhões por empresas do publicitário Marcos Valério, mas que nada foi repassado a deputados, no chamado 'mensalão'.

- Nunca. Foi só para pagar as dívidas da campanha de 2002. E o pagamento acabou em janeiro de 2004, quando o PT quitou a dívida que fizemos na campanha - disse Costa Neto na entrevista.

Costa Neto ressaltou por várias vezes que José Dirceu sempre comandou o PT e, portanto, o tesoureiro Delúbio Soares não teria montado sozinho o caixa 2. Ele diz ter cobrado de José Dirceu que o dinheiro estava chegando 'pingado' e teria recebido a seguinte resposta:"Calma que o Delúbio está providenciando dinheiro para te pagar. Ele vai arrumar o dinheiro e resolver tudo".

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