O ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, presidente do PL, disse nesta terça-feira em depoimento à CPI do Mensalão - que investiga a compra de votos de parlamentares da base do governo - que não vai tirar o processo na Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o Roberto Jefferson (PTB-RJ) e mandou um recado para o deputado federal que denunciou o suposto esquema da compra de votos.
"Eu quero dar esse recado para o Roberto Jefferson, como ele deu o recado ao José Dirceu. Não retiro seu processo de jeito nenhum. Vossa Excelência ficará oito anos sem mandatos porque vai ser cassado e banido da vida partidária brasileira. Não pense, Roberto Jefferson, que você vai ficar em Cabo Frio, não. Vai pagar pelos seus crimes. Ele fazia ameaças de expor minha vida pública e pessoal se eu não tirasse o processo. A renúncia libertou-me das ameaças de Roberto Jefferson. Não tenho mais imunidade parlamentar. Preferi a liberdade a enfrentar a chantagem".
Costa Neto negou que tenha havido negociação para a retirada do processo e que por duas vezes foi procurado para que voltasse atrás. Em uma reunião, disse o ex-deputado, na casa de Severino Cavalcanti (PP-PE), ele negou pedido de deputados e sugeriu que o processo contra o petebista fosse até acelerado. "Muitos deputados me pediram que eu jogasse uma bóia para que o Roberto Jefferson pudesse se salvar", comentou.
O ex-deputado disse, ainda, que Jefferson ficou desorientado com sua determinação e que atirou contra o próprio partido. "O Roberto Jefferson não contava que o processo entraria no Conselho de Ética e ele não poderia renunciar(...) Minha denúncia provocou pânico no Roberto Jefferson. Aí ele perdeu a cabeça. Foi desmentido pelo líder do seu partido, deputado José Múcio (PTB-PE), comprometeu Emerson Palmieri (tesoureiro informal do PTB), deixou as acusações chegarem a Martinez (José Carlos) e acusou membros do próprio PTB".
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