Cotado para ministério do Trabalho, Osmar diz não ter perfil

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Cotado como substituto de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho, o presidente do PDT paranaense, Osmar Dias, disse nesta segunda que não tem perfil para o cargo. "Não tenho afinidade com essa área. Penso que a presidente precisa e vai escolher um nome técnico, que seja especialista no assunto", afirmou.

Ex-senador e atual vice-presidente de agronegócios do Banco do Brasil, ele explicou que está contente com a atual função. "Estou desenvolvendo um trabalho que considero importante e não vejo motivos para uma mudança brusca." Desde que começaram as denúncias contra Lupi, há dois meses, o paranaense passou a ser citado como uma possível novidade na reforma ministerial prevista para janeiro.

Osmar poderia ser envolvido em um remanejamento entre os partido com assentos no primeiro escalão e assumir o Ministério da Agricultura. O atual ministro, Mendes Ribeiro Filho (PMDB), voltou à ativa há oito dias, após passar por uma cirurgia para remover um tumor do cérebro. "Fica difícil para mim falar qualquer coisa a respeito disso, em respeito à saúde do ministro", justificou.

Ao lado de pedetistas como o senador Cristovam Buarque (DF) e o deputado federal Miro Teixeira (RJ), Osmar defendeu o afastamento de Lupi desde outubro. "A decisão [de se demitir] foi tardia. O país inteiro sabia que ele não tinha mais como ficar no cargo, foi desnecessário um desgaste tão longo."

Para o ex-senador, o episódio fragilizou a situação do partido no governo. "Se a presidente quiser tirar o ministério do PDT, está livre." Osmar diz que a cúpula da legenda agiu mal ao pressioná-la.

Sobre o futuro da sigla, ele de­­­­fende que o caso sirva ao menos para ampliar a democracia interna. "O PDT tem de revisar o método de escolha dos seus dirigentes. O primeiro passo é permitir que sejam feitas eleições."

Todos os diretórios estaduais funcionam por meio de comissões provisórias escolhidas pelo comando nacional. Osmar se disse disposto a organizar eleições no Paraná. Segundo ele, isso só não aconteceu antes porque não tinha o aval da direção nacional do partido.