Com o voto decisivo do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), a CPI dos Bingos aprovou a convocação do caseiro Francenildo Santos Costa, conhecido como Nildo, para depor nesta quinta-feira, às 10h. A votação foi apertada, com placar de 7 a 6, e o voto de Suplicy deixou extremamente irritada a bancada do PT.
O senador petista disse que votou a favor da convocação depois de ter a garantia do presidente da CPI, Efraim Morais (PFL-PI), de que o depoimento será feito em sessão fechada, e telefonou ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para justificar seu voto. No entanto, ainda não está decidido se o depoimento será feito em sessão fechada ou aberta.
O caseiro afirmou, de acordo com o jornal "O Estado de S.Paulo", que uma mansão alugada num bairro nobre de Brasília por Vladimir Poletto, ex-assessor da prefeitura de Ribeirão Preto, era usada para partilha de dinheiro e que o ministro era freqüentador assíduo do imóvel.
A CPI também aprovou, por 8 votos a 5, a convocação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, ainda sem data marcada. O requerimento é do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), mas nem mesmo o presidente da CPI soube informar a justificativa da convocação.
Wlicio Chaveiro Nascimento, advogado do caseiro, esteve na Polícia Federal na manhã desta quarta para identificar e qualificar seu cliente a pedido da CPI dos Bingos. Segundo ele, Francenildo está pronto para depor na CPI ou na PF. O caseiro não era obrigado a comparecer à PF nesta quarta.
Palocci reafirmou por meio de seus assessores, nesta terça, que nunca esteve na casa do Lago Sul. Na semana passada, o motorista Francisco das Chagas Costa, que trabalhou para integrantes da chamada República de Ribeirão Preto sempre que eles iam a Brasília, disse na CPI ter visto o ministro "duas ou três vezes" na casa.
Ainda por meio de assessores, o ministro diz que o motorista e o caseiro não estão falando a verdade. Sobre a afirmação de que Palocci chegava à casa sempre sozinho, dirigindo um carro prateado de vidros escuros, os assessores argumentam que Palocci não dirige em Brasília e sempre que precisa se locomover está acompanhado de alguém que dirige para ele.