A CPI da Petrobras aprovou, na madrugada desta quinta-feira (22), o parecer do relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), que não propõe o indiciamento de nenhum político investigado no esquema de corrupção na estatal. A pedido de outros parlamentares, porém, ele pediu o indiciamento do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto no texto, que passou com o apoio de 17 parlamentares. Outros 9 votaram contra e um se absteve. O colegiado ainda estava apreciando cinco tópicos com sugestões de alteração ao documento.
O relatório de Luiz Sérgio foi duramente criticado pelo PSol e PSDB. Os dois partidos apresentaram votos em separado, espécie de parecer paralelo com conteúdo diferente do elaborado pelo relator. “Houve na CPI um conchavo político de gente que não queria investigar os outros para evitar que os seus fossem investigados. É um acordão de governistas e oposicionistas”, atacou o líder do PSol, Ivan Valente (SP).
Vice-presidente da comissão, o tucano Antonio Imbassahy (BA) afirmou que o relatório de Luiz Sérgio deixou a digital do PT no “petrolão”. “A organização criminosa foi instalada na Petrobras sob comando do Planalto, a partir do governo Luiz Inácio Lula da Silva e ampliada no governo Dilma Rousseff”, disse.
Pelo PMDB, o deputado Carlos Marun (MS) apresentou um parecer enxuto e se manifestou favorável à inclusão do nome de autoridades citadas em depoimentos colhidos pela comissão.
Marun é aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), denunciado por participação no esquema. Ele queixou-se do PSol, cujo líder, Ivan Valente, insistiu na necessidade de a CPI mirar políticos, incluindo Cunha. Outros integrantes do colegiado voltaram a bater nos trechos do relatório em que Luiz Sérgio atacou o andamento da Operação Lava Jato e o que chamou de “excesso de delações premiadas”. “Tenho a consciência tranquila de que trabalhei dentro de uma ótica propositiva”, defendeu-se o petista, que pediu o indiciamento de diversas pessoas, nenhuma delas com foro privilegiado.
A reunião da CPI foi aberta às 15h30, mas suspensa duas horas depois. Os deputados retomaram os trabalhos por volta das 22h, após o encerramento das votações no plenário da Casa.
Votos separados
Antes da apreciação do texto final, o PSDB pleiteou a possibilidade de a CPI deliberar sobre os votos em separado de 2013;duas alternativas foram apresentadas, uma dos tucanos e outra, do PSol – caso o relatório original fosse rejeitado.
O presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), vetou o pedido por entender que o regimento interno da Câmara não dá margem a essa alternativa. Deputados governistas passaram a argumentar, então, que seria melhor aprovar o parecer de Luiz Sérgio do que a CPI chegar ao fim sem relatório algum.
“Estamos sendo induzidos a votar nesse relatório porque, se não for assim, não há relatório”, protestou Eliziane Gama (Rede-MA). Hugo Motta rebateu, dizendo que não se tratava de decisão técnica.
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