O doleiro Alberto Youssef voltou a afirmar, em depoimento à CPI da Petrobras, em Curitiba nesta segunda-feira, que o Planalto sabia do esquema de corrupção na Petrobras. Questionado pelos deputados se confirmava um depoimento anterior no qual citou nomes como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, ele confirmou. No entanto, negou que houvesse uma coordenação do Planalto no esquema.
Mario Goes, Nestor Cerveró e Fernando Soares ficaram em silêncio na sessão.
De acordo com Youssef, era impossível que o Planalto não soubesse do esquema. “Não digo que havia uma coordenação, mas eu acredito que eles tinham conhecimento, no meu entendimento, do que acontecia”, disse. Ele negou que fosse o mentor do esquema. “Com certeza, eu não era o líder dessa organização criminosa. Isso começou lá atrás, quando Paulo Roberto Costa foi posto como diretor da Petrobras. Eu fui engrenagem. No primeiro momento, o líder era o (ex-deputado morto José) Janene. Quem nomeia é o Planalto”, afirmou. Ele falou também que políticos de vários partidos foram beneficiados pelo esquema.
Mário Goes, acusado de ser operador do esquema, compareceu à sessão, mas escolheu ficar em silêncio e não respondeu às perguntas dos parlamentares. “Permaneço em silêncio, conforme já informado”, foi o que mais se ouviu de Goes na sessão da CPI dessa segunda-feira. Ele interrompeu o silêncio apenas para informar a idade, estado civil e número de filhos.
O ex-diretor da área Internacional da Petrobras, acusado de atuar a mando do PMDB, Nestor Cerveró começou a participar da oitiva por volta das 14h30. Cerveró disse que por orientação de seus advogados, não vai responder às perguntas dos parlamentares da CPI. “A Constituição está me negando meu direito de permanecer em liberdade”, justifica o ex-diretor.
Fernando Soares afirma que também vai ficar em silêncio durante a oitiva.
As audiências foram combinadas entre os parlamentares integrantes da comissão e o juiz federal Sergio Moro, que conduz as investigações, no mês passado. Serão 14 dos 37 deputados membros da CPI que participarão das atividades na capital, que vão ocorrer no auditório da Justiça Federal, no bairro Ahú.
A sessão deve contar com o depoimento de sete pessoas, entre elas o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e representantes de empreiteiras.
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