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Brasília (Folhapress) – A bancada ruralista que integra a CPI da Terra apresentou ontem um relatório paralelo ao do deputado João Alfredo (PSOL-CE) e conseguiu adiar para a próxima terça-feira o desfecho da comissão. O prazo para conclusão da CPI expira na quarta-feira, dia 30.

A CPI, entretanto, chega ao fim com dois relatórios antagônicos, já que o parecer de João Alfredo, com 750 páginas, é considerado pelos ruralistas favorável ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).

O relatório alternativo apresentado ontem, de autoria do deputado Abelardo Lupion (PFL-PR), gerou polêmica, especialmente por sugerir o indiciamento de uma série de dirigentes do MST.

A leitura de alguns pontos do relatório alternativo e a iminência de rejeição do parecer de João Alfredo provocou reação de um grupo do MST que acompanhava a sessão no Senado e deixou a sala aos gritos de "UDR (União Democrática Ruralista) assassina".

O presidente da UDR, Luiz Nabhan Garcia, e o relator da CPI, João Alfredo, também trocaram farpas ao término da sessão. "É a primeira vez na história que um parlamentar advoga em causa própria, é o advogado dos sem-terra. Esse relatório é uma aberração", disse Nabhan. "Em 20 anos foram mais de mil trabalhadores assassinados pela UDR. Trabalhadores rurais que são vítimas acabam colocados como assassinos", rebateu João Alfredo. Temendo uma derrota do parecer de João Alfredo, já que os ruralistas têm maioria na CPI, o PT pediu o adiamento da votação, aceito pela oposição. "Votar 'com a corda esticada' é o pior que podemos fazer, e matéria agrária é nitroglicerina pura", disse o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN).

Os senadores Sibá Machado (PT-AC) e Eduardo Suplicy (PT-SP) tentam costurar um acordo para aprovar um terceiro texto, com o apoio dos chamados moderados da CPI e do presidente da comissão, senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

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