A CPI do Tráfico de Armas apresentou na tarde desta segunda-feira relatório pedindo o indiciamento de Marcos Willians Camacho, o Marcola, apontado como líder do crime organizado em São Paulo, além de sete advogados, contrabandistas de armas e pessoas que falsificaram concursos públicos. No total, a CPI pede o indiciamento de 16 pessoas. Eles são responsabilizados por atentados cometidos pela facção no estado, em maio deste ano. O relatório sugere que eles sejam indiciados por homicídio qualificado e pelo motim.

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Entre os advogados denunciados pela CPI estão Maria Cristina Rachado, Ariane dos Anjos e Suzana Volpini já estão presas. O documento também pede o indiciamento do advogado Sérgio Wesley da Cunha, que está em liberdade. Para o relator, os advogados tiveram papel fundamental na troca de informações entre os presos. Para Wesley e Maria Cristina Rachado o documento pede também o indiciamento por corrupção ativa, por terem subornado o técnico da CPI, Arthur Vinicius Silva, para conseguir cópias de depoimentos sigilosos.

O documento também recomenda o indiciamento de Marcola e da advogada Ariane dos Anjos pelo assassinato do juiz-corregedor de Presidente Prudente, Antônio José Machado Dias, em 2003. A advogada não tinha até agora sido envolvida no crime. Marcola já é processado no caso. Para Ariane e Suzane está sendo pedido indiciamento por formação de quadrilha, falsidade ideológica e utilização de documentos falsificados.

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Por tráfico de armas, será pedido o indiciamento de de Carlos Henrique Gross, médico do Rio Grande do Sul, e do tenente do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro Walter dos Santos Paraíso. Eles foram presos com armas e munição. Também está sendo pedido o indiciamento de técnicos do Judiciário pelas fraudes em concurso público e de pessoas que facilitaram o acesso aos presídios de gente ligada à facção criminosa.

O relator sugere também no documento a polêmica revista de advogados nos presídios, medida que o próprio relator reconhece vai enfrentar resistências na comissão.

O parecer também sugere medidas para conter o comércio ilegal de armas e aumentar a fiscalização interna e nas fronteiras.

A CPI também está propondo um projeto de lei igualmente polêmico, que retira do exército o poder de fiscalizar a venda e o porte de armas de fogo no país, transferindo a responsabilidade para a Polícia Federal.

O presidente em exercício da comissão, deputados Arnaldo faria de Sá, criticou veementemente o Exército, que não teria repassado à CPI informações solicitadas pelos parlamentares para a conclusão dos trabalhos.

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O relatório não foi votado nesta segunda-feira porque já houve um pedido de vista. A votação deverá acontecer somente no dia 29. O texto ainda não é final, já que a CPI poderá aceitar sugestões de parlamentares.