Oposição e governo voltaram às turras na CPI dos Correios. Os governistas tentaram e conseguiram barrar requerimento para convocação de Adhemar Palocci, irmão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Os deputados de oposição tentaram aprovar requerimento para dar prioridade à convocação de Adhemar, denunciado por envolvimento com a corretora Interbrazil, mas o requerimento de preferência foi rejeitado depois de muito bate-boca.
A CPI aprovou, no entanto, a convocação do presidente da Interbrazil, André Marques da Silva, do superintendente da Susep (Superintendência de Seguros Privados), René Garcia Júnior.A Interbrazil está sendo investigada por ganhar seguros de estatais do setor elétrico após ter contribuído para as campanhas eleitorais de petistas em Goiás e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fornecedores disseram que Adhemar Palocci autorizava os pagamentos. A empresa foi liquidada pela Susep em razão de irregularidades.
A coordenadora geral de recuperação de ativos do Ministério da Justiça, Wanine Lima, disse na CPI dos Correios que o governo encaminhará até a próxima semana aos Estados Unidos um pedido de quebra de sigilo das contas no exterior relacionadas aos repasses de recursos à empresa do publicitário Duda Mendonça.
No total, são 18 pedidos referentes a pessoas físicas e jurídicas. O Ministério da Justiça já identificou que duas das empresas que estão na lista de movimentação do dinheiro no exterior foram usadas por doleiros de Minas Gerais. Serão pedidas também a quebra do sigilo de duas contas de doleiros envolvidos no esquema que seria comandado pelo ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf.
A CPI vai pedir também a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de 20 pessoas que sacaram recursos da conta da empresa SMPB, de Marcos Valério, acusado de ser o operador do esquema de mensalão. Segundo o autor do requerimento, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), essas pessoas podem ter sido "laranjas" indicados pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.