Brasília (AG/ABr) – Depois de rejeitar o relatório do deputado João Alfredo (PSol-CE) na CPI da Terra, a bancada ruralista conseguiu aprovar, por 12 votos contra 1, o relatório paralelo do deputado Abelardo Lupion (PFL-PR), que classifica ocupação de terra como crime hediondo e ato terrorista.

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O relatório também pedia o indiciamento de cinco lideranças do Movimento dos Sem-Terra (MST), mas destaque da senadora Heloísa Helena (PSol-AL) excluiu a medida. A senadora conseguiu também convencer a bancada ruralista a não propor a suspensão da destinação de recursos públicos para as entidades ligadas ao MST – Anca, Concrab e Iterra. Ficou mantido, porém, a recomendação de indiciamento dos três dirigentes dessas entidades.

A votação, prevista inicialmente para a semana passada, foi suspensa por pedidos de prazo para análise do voto em separado apresentado pelo deputado Abelardo Lupion, que constitui, na prática, um relatório paralelo.

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Ontem, após cinco horas de discussão, a bancada ruralista conseguiu derrotar – por 13 votos a 7, com uma abstenção – o relatório do deputado João Alfredo na CPI da Terra. Em protesto contra a rejeição do texto, parlamentares da base aliada deixaram o plenário.

Chorando, a senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) rasgou o relatório paralelo do deputado Abelardo Lupion e, aos gritos, disse que não seria cúmplice de assassinato de trabalhador rural.

O relatório de João Alfredo pedia o indiciamento de proprietários rurais, como o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Nabhan Garcia. Irritado, Alfredo fez duras críticas ao relatório de Lupion.

"Esse relatório é uma excrescência. É conivente com a violência no campo, com os grandes latifundiários e com os assassinatos de trabalhadores rurais", protestou.

Os únicos defensores do relatório de João Alfredo que permaneceram no plenário foram a senadora Heloísa Helena e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

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