O relatório da CPI dos Correios mostra que pela conta usada pelo empresário Marcos Valério para repassar R$ 55 milhões ao PT e partidos aliados passaram também outros R$ 205 milhões entre 2003 e 2004. Além dos nomes conhecidos, a CPI levantou outros 50 beneficiários, que sacaram dinheiro na mesma conta; 25 deles tiveram, nesta quinta-feira, o sigilo bancário quebrado. O relatório da CPI desmonta a tese de que o dinheiro entregue ao PT e a partidos aliados teria vindo apenas de empréstimos do Banco Rural e do BMG.
O deputado responsável pela análise das movimentações financeiras na CPI dos Correios vai mais longe. Gustavo Fruet concluiu que Marcos Valério não emprestou o dinheiro ao PT.
- Está ficando claro a cada dia que ele deu esse dinheiro e pegou fontes de pagamentos para esses recursos. Fica claro que ele estava num projeto de intermediação de interesses junto a pessoas ligadas ao governo - comentou o deputado Gustavo Fruet (PSDB), sub-relator da CPI dos Correios.
Investigação do Banco Central também reforça suspeitas sobre os empréstimos. O BMG e o Banco Rural aceitaram garantias insuficientes, fizeram renovações sucessivas e não avaliaram corretamente a capacidade de pagamento.
O presidente da CPI dos Correios está impressionado com o volume de recursos movimentados por Marcos Valério. Ele vai contratar uma empresa para fazer uma auditoria financeira na conta. O empresário Marcos Valério reafirmou, em nota, que fez, sim, empréstimos ao PT, a pedido do então tesoureiro do partido, Delúbio Soares.
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