A CPI dos Correios descobriu nesta quinta-feira que a SMP&B, uma das agências do empresário Marcos Valério, acusado de ser o operador do esquema de pagamento a parlamentares da base aliada, fez no dia 14 julho de 2004 uma transferência de sua conta no Banco Rural para a do PT no valor de R$ 351.508,20. A revelação deve acirrar os ânimos entre o governo e a oposição, depois que foi revelada a participação da SMP&B na campanha do senador Eduardo Azeredo (PDSB-MG) ao governo de Minas em 1998.
A assessoria de imprensa do PT informou que o valor repassado pela SMP&B ao partido seria referente ao pagamento de uma das parcelas do empréstimo feito pela legenda no BMG e queteve Valério como avalista. Segundo a explicação do PT, os R$ 351 mil teriam sido depositados na conta do partido no próprio BMG e seriam referentes a parcela que foi paga por Valério do empréstimo.
Mas a explicação contraria o depoimento dado pelo ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares à Polícia Federal no dia 8 de julho em São Paulo. Na PF, Delúbio explicou que o pagamento da parcela de R$ 350 mil não foi contabilizado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque Valério efetuou o pagamento da parcela através da "conta-avalista", vinculada a norma interna do BMG. "O pagamento da parcela de juros por Valério não constava no extrato da conta aberta pelo PT junto ao BMG", explicou Delúbio no depoimento ao delegado federal Luiz Flávio Zampronha de Oliveira.
- Portanto, o dinheiro depositado na conta do PT não pode ser o mesmo usado para pagar a parcela do empréstimo - afirmou o vice-líder Eduardo Paes (PSDB-RJ), que faz parte da CPI.
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