A oposição garantiu nesta quarta-feira a leitura em plenário do Senado do requerimento de criação da CPI do Apagão. O requerimento foi lido pelo senador Mão Santa (PMDB-PI), que presidia a sessão. Começa a contar agora o prazo de 20 dias estipulado para que os partidos indiquem seus representantes na CPI. Rebatendo rumores de que a oposição no Senado poderia recuar e aceitar a proposta governista de instalação de uma CPI apenas na Câmara, o líder do DEM (ex-PFL), senador Agripino Maia (RN), promete fazer as três indicações de seu partido já nesta quinta.
- Vou fazer logos as minhas indicações. Como segunda maior bancada da Casa, considero que temos direito à relatoria da CPI - adiantou Agripino.
Embora ainda não tenha fechado a lista de indicações, Agripino admite a possibilidade de se auto-indicar para a CPI como titular ou suplente. Entre os demais cotados para as três vagas do DEM estão os senadores Antonio Carlos Magalhães (BA), César Borges (BA) e Demóstenes Torres (GO). Na opinião de Agripino, o mais importante a oposição já garantiu: a leitura do requerimento, que tornaria a instalação da CPI no Senado praticamente irreversível. Ele prometeu, porém, que os trabalhos da comissão serão feitos sem emoções.
- Vamos trabalhar para identificar sem emoções as razões do apagão aéreo, a culpa, o dolo e omissões. Tudo isso será objeto de uma investigação isenta - observou o líder democrata.
Os governistas, no entanto, prometem investir na aceleração da instalação da CPI da Câmara para tentar esvaziar a investigação no Senado. Admitem, inclusive, negociar com a oposição na Câmara os cargos de comando da comissão para evitar a instalação da CPI no Senado. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) chegou a propor ontem em plenário que, em vez de suas CPIs, a Câmara e o Senado deveriam pensar na possibilidade de criação de uma CPI mista.