A CPI do BNDES recebeu, nesta segunda-feira (11), requerimento para que o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), deponha na comissão. O pedido foi apresentado pelos deputados Raul Jungmann (PPS-PE) e Paulo Azi (DEM-BA).
No domingo (10), o deputado Efraim Filho (DEM-PB), presidente do colegiado, afirmou que ouvir o ministro sobre suposto tráfico de influência na Funcef (Fundação dos Economiários Federais) -fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal- se tornou uma das prioridades da CPI.
Segundo o parlamentar, os primeiros pedidos para que Jaques Wagner fale foram feitos após notícias de que os investigadores da Operação Lava Jato obtiveram no celular do ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, mensagens que indicam suposta atuação do ministro na intermediação de negócios entre a empreiteira e fundos de pensão.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vê indícios de que houve repasses de propina para o PT e para o PMDB no caso dos fundos de pensão.
De acordo com Efraim, há grandes chances de o requerimento ser aprovado. A oposição, além de presidir a comissão, tem conquistado vitórias nas aprovações de requerimentos desde o início do funcionamento da comissão. Com o primeiro prazo de 120 dias já prorrogado, a CPI tem até 19 de março para encerrar seus trabalhos.
“Já identificamos que nos fundos de pensão existe um modus operandi parecido com o petrolão de aparelhamento, tráfico de influência e direcionamento dos negócios para interesses públicos partidários”, afirmou o deputados.
Para Efraim, o tráfico de influência fica claro nas mensagens de Léo Pinheiro trocadas com Jaques Wagner. “Isso mostra que são viáveis as suspeitas com as quais a CPI tem trabalhado”.
Ao retornar do recesso, o deputado afirma que há a expectativa de retomar os trabalhos da CPI “com todo gás”.
“Temos muitas quebras de sigilos decretadas em dezembro que estão chegando. Também decretamos um pente em investimentos da OAS em fundos de pensão. Além disso, o Ministério Público Federal já deu parecer favorável ao compartilhamento de inquéritos no âmbito da Lava Jato”, explicou.