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Governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), será ouvido pela CPI do Caso Cachoeira. | Elza Fiúza/ABr
Governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), será ouvido pela CPI do Caso Cachoeira.| Foto: Elza Fiúza/ABr

Planalto não vai defender Agnelo de denúncias

O Palácio do Planalto não vai socorrer o governador petista Agnelo Queiroz, que tem sido alvo de inúmeras denúncias. No Planalto, a avaliação é de que o governo federal já fez o que poderia fazer, cedendo o secretário executivo de Gilberto Carvalho, Swedenberger Barbosa, para dar um suporte para Agnelo. A denúncias, no entanto, não são de hoje. Mas, no próprio Palácio, auxiliares da presidente lembram que os problemas com Agnelo vêm desde o tempo em que ele ocupava o Ministério dos Esportes, e, portanto, não há muito o que fazer em defesa dele. No momento, estes auxiliares consideram crítica a situação do governador do GDF.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, que deverá ser instalada na semana que vem, vai exigir do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), explicações sobre a suposta cobrança de fatura por parte da Delta Construções por supostas doações eleitorais. "O governador de Brasília terá de explicar isso na CPI", disse o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) um dos dois titulares dos tucanos da Câmara na Comissão Parlamentar.

De acordo com as gravações feitas pela Polícia Federal para a Operação Monte Carlo, que desmontou o esquema feito pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a empresa negociava facilidades diretamente com a cúpula do governo de Brasília.

Nas conversas gravadas na Operação Monte Carlo, reveladas nesta quinta pelo jornal O Estado de S. Paulo, aliados de Carlinhos Cachoeira, segundo a PF, dizem que a diretoria da empresa no Rio exigia agora, em contratos, a contrapartida pelas doações. E fazia pressão no Palácio do Buriti, sede do governo candango, por nomeações e liberação de verbas. Ao todo, a Delta consta como doadora de R$ 2,3 milhões a comitês partidários no país. A prestação de contas de Agnelo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não registra doação da empresa em indício de caixa 2, segundo investigadores. Do total, R$ 1,1 milhão foi destinado ao Comitê Nacional do PT e o restante ao PMDB.

De acordo com a Polícia Federal, assim que Agnelo foi eleito, a Delta tentou emplacar aliados em cargos-chave de administrações regionais e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) de Brasília, o que facilitaria seus negócios. Além disso, tentava receber débitos do governo do Distrito Federal por serviços supostamente prestados.

Para o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP,), as exigências feitas pela Delta para receber a fatura do governador Agnelo Queiroz mostram que é preciso mudar o sistema de financiamento das campanhas. "Isso vai nos levar a tratar do tema. Essas cobranças de faturas, que não devem acontecer só aqui na capital são fruto do financiamento privado. Por isso é que nós defendemos o financiamento público de campanha. Só a mudança acabará com esse tipo de coisa, em que empreiteiros exigem contratos e outras benesses depois da eleição", disse Tatto.

"Veja só a situação em que chegamos. A Delta é uma empresa nacional, legalmente constituída, com CNPJ conhecido, que participa das licitações e vence. Tem aí não sei quantas obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. E agora aparecem essas notícias de que está cobrando a fatura pelas doações", disse Jilmar Tatto. Ele afirmou que tem confiança no governador e que, na sua opinião, Agnelo Queiroz vai explicar tudo.

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