A CPI Mista que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados confirmou para esta terça-feira (10) o depoimento do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT). Ele aparece em vídeo de 2004, divulgado recentemente, negociando com o contraventor recursos para campanha eleitoral em troca de vantagens na administração municipal.

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Das seis convocações aprovadas na quinta-feira (5) pela CPI, a do prefeito de Palmas é a única já agendada pelo presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

O colegiado vai ouvir também o ex-presidente da Delta Fernando Cavendish; o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) Luiz Antônio Pagot; o empresário Adir Assad; a ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprígio; e o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, sociedade de economia mista responsável pela manutenção das estradas de São Paulo.

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O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) requereu a convocação do ex-presidente da Valec José Francisco das Neves, o Juquinha das Neves, que foi preso quinta-feira na Operação Trem Pagador. Segundo a Polícia Federal, Juquinha é suspeito de ter enriquecido ilicitamente durante sua gestão à frente da companhia, de 2003 a 2011, e deve responder por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

A empresa pública responsável por administrar e construir ferrovias, a Valec, segundo Bueno, tem contrato de R$ 574 milhões com a Delta, empreiteira acusada de integrar o esquema de Cachoeira. Juquinha foi detido numa casa de luxo no mesmo condomínio onde Cachoeira foi preso.

Na sexta-feira (6) a Polícia Federal prendeu o ex-cunhado de Cachoeira, Adriano Aprígio, suspeito de ameaçar por e-mail a procuradora Léa Batista de Oliveira. Os policiais descobriram que três e-mails com ameaças foram enviados da casa de Aprígio. Em uma das mensagens, ele diz que ela tinha "destruído a vida dele".

A segurança de autoridades envolvidas nas operações Vegas e Monte Carlo, que resultaram na prisão de Cachoeira, é motivo de preocupação de integrantes da CPI. Pedro Taques (PDT-MT) já havia alertado para o problema.

"Trata-se de organização criminosa da qual fazem parte policiais federais, policiais militares, policiais civis, parlamentares, quem sabe governadores, grandes empresários, e nós temos dois servidores do Estado ameaçados", disse.

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Em 18 de junho, o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima comunicou ter sofrido ameaças e pediu afastamento. Ele foi convidado para prestar informações à CPI.