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Brasília (Folhapress) – A CPI do Mensalão começa hoje a tomar os depoimentos dos tesoureiros que teriam participado do esquema de repasses clandestinos de recursos entre partidos políticos.

A série tem início com o depoimento conjunto de Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, e Emerson Palmieri, do PTB. Os dois deverão ficar lado a lado durante os questionamentos.

Amanhã será a vez de Delúbio Soares, afastado do cargo no PT, e acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de ser um dos principais articuladores do escândalo do mensalão.

"Será a semana dos tesoureiros. Eles recebem, pagam, recolhem registros e têm controle dos débitos. No princípio, havia uma imprecisão analítica, mas o avanço da CPI dos Correios nos permite agora querer saber de onde veio do dinheiro, onde e como foi gasto e qual a relação de cada um deles com o Marcos Valério (publicitário acusado de ser o operador do mensalão)", disse o relator da comissão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG).

Ao ex-tesoureiro do PL, os congressistas deverão mirar suas perguntas no destino dos R$ 6,5 milhões que o presidente do partido, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, disse, em entrevista à revista Época, ter recebido de Valério referentes a um acordo fechado com o ex-ministro José Dirceu, em 2002. Costa Neto renunciou ao mandato no dia 1.º de agosto. Valério afirma ter repassado R$ 10,8 milhões.

O encontro no qual foi firmado o acordo teria ocorrido, segundo Costa Neto, em junho de 2002, na casa do deputado Paulo Rocha (PT-PA).

De acordo com o presidente do PL, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice, José Alencar, estavam estavam numa sala ao lado.

Ainda segundo Costa Neto, Jacinto Lamas foi enviado por ele para pegar um envelope com cheques da SMP&B, empresa de Valério, para a empresa Guaranhuns. Os cheques teriam sido trocados por dinheiro por um segurança de Delúbio.

No caso de Palmieri, ele deverá ser questionado sobre a versão de Roberto Jefferson para a utilização de R$ 4 milhões que o petebista diz ter recebido do PT para financiar campanhas. Jefferson se recusa a dizer como repartiu o dinheiro e quem recebeu.

Jefferson afirma ainda ter enviado Palmieri a Portugal, ao lado de Marcos Valério, numa suposta negociação com representantes da empresa Portugal Telecom. A empresa nega as reuniões.

"Apesar de alguns deles já terem falado, precisamos ouvi-los aqui para que o relator tenha elementos para formular a acusação", afirmou o senador Sibá Machado (PT-AC).

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