A CPI do Mensalão ouvirá, na terça-feira o depoimento do ex-presidente da Casa da Moeda, Manoel Severino dos Santos. Ele foi o responsável por parte do controle financeiro da campanha nacional do PT no Estado do Rio de Janeiro, em 2002. Naquele ano, Manoel Severino era secretário-extraordinário de Articulação Governamental na gestão da governadora Benedita da Silva. Manoel Severino foi candidato a prefeito de Petrópolis (RJ), e o empresário Marcos Valério, suposto operador do esquema conhecido como "mensalão", participou de sua campanha.
O ex-presidente da Casa da Moeda foi o segundo maior destinatário, dentro do PT, das verbas repassadas por Marcos Valério. De acordo com a listagem que o empresário entregou à Polícia Federal, foram encaminhados a Manoel Severino R$ 2,676 milhões entre agosto de 2003 e julho de 2004.
O nome do então presidente da Casa da Moeda começou a ser vinculado ao de Marcos Valério a partir da agenda da secretária Fernanda Karina Somaggio, que registrou encontros dele com o empresário. Quando a agenda veio a público, o dirigente da estatal admitiu que teve sete encontros com Marcos Valério desde 2003, mas negou envolvimento com o esquema do suposto "mensalão".
Manoel Severino é ligado aos ex-dirigentes do PT afastados em razão da crise, como o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-secretário de Comunicação Marcelo Sereno, a quem é atribuída sua indicação para a Casa da Moeda.
Na quarta-feira, será a vez do ex-diretor financeiro do Ministério dos Transportes na gestão de Anderson Adauto, José Luiz Alves, que hoje é prefeito da cidade mineira de Uberaba. Ele também aparece na lista de sacadores da conta do empresário Marcos Valério.
Na quinta, presta depoimento deputado Ronivon Santiago (PP-AC), acusado de envolvimento na suposta compra de votos para a aprovação da Emenda Constitucional da Reeleição, em 1997. Já na corregedoria da Câmara prestam depoimento terça-feira os deputados José Janene (PP-PR) e José Borba (PMDB-PR) , Os dois fazem parte da lista elaborada pelas CPIs dos Correios e do Mesnalão com 18 parlamentares acusados de envolvimentos em irregularidades.
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