Brasília (Folhapress) – Os integrantes da CPI dos Bingos trocaram o requerimento de convocação do ministro da Fazenda Antônio Palocci (Fazenda) por um novo convite para que ele deponha na primeira semana de trabalhos de uma possível convocação extraordinária. Caso não compareça, deverá ser convocado.

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Com o apoio dos senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), o ministro conseguiu evitar pela terceira vez que fosse votado um requerimento para convocá-lo. Se fosse convocado, ele seria obrigado a depor em data definida pela CPI. A título de "convidado", entretanto, seu comparecimento continua facultativo.

Para dobrar a ala oposicionista que forçava sua convocação, Palocci foi convencido pelos senadores petistas e por ACM a enviar uma carta ao presidente da CPI, Efraim Morais (PFL-PB), que tentou até o último momento bancar a convocação. Na carta, Palocci argumenta motivos de agenda que o impediriam de prestar depoimento ainda neste ano e se comprometia a atender ao chamado futuramente.

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"Reitero minha disposição de prestar os esclarecimentos que se façam necessários sobre toda e qualquer questão (...) Não posso, entretanto, deixar de pedir compreensão para o fato sabido de que minhas obrigações exigem freqüentes viagens nacionais e internacionais, cuja eventual reprogramação acarreta ônus de vários tipos", diz a carta, que acrescenta: "Penso que os membros da comissão, sob a presidência de vossa excelência, estarão em melhores condições para, oportunamente, deliberar sobre minha eventual presença".

Após ouvir uma série de apelos para que reconhecesse um "gesto de humildade" na carta, Efraim cedeu e refez, pela terceira vez, um "convite" para que Palocci compareça "espontaneamente" à CPI na primeira semana de trabalho no ano que vem.

Além de não votar a convocação formal, Efraim nem sequer conseguiu estipular uma data para "convite" porque o Congresso ainda não definiu se haverá ou não convocação em janeiro.

Irritado, o presidente da CPI negou que tenha sido derrotado. "Não há nenhum desgaste. O ministro faz uma carta, assina, acho que qualquer cidadão tem que dar crédito ao ministro da Fazenda. Se nós radicalizássemos aqui e amanhã o ministro caísse, a responsabilidade seria da CPI. O que nós queremos não é derrubar ministro, mas apurar as denúncias", disse.