O presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), leu nesta segunda-feira no plenário o requerimento para a prorrogação dos trabalhos da comissão até 25 de abril. Trinta senadores, todos de oposição, assinaram o pedido, que implica também um gasto de R$ 250 mil para o Senado. O governo não controla a comissão, chamada de "a CPI do fim do mundo". Com a decisão, os oposicionistas asseguram um palanque até as vésperas da campanha eleitoral.
- É engraçado esse nome. Essa não é uma CPI política. Mas antes de chegar ao fim do mundo vamos chegar à verdade - justificou Efraim.
O senador considerou a prorrogação necessária porque, segundo ele, a comissão ainda não recebeu documentos relativos à quebra de sigilo de pessoas físicas e jurídicas. Ele calculou que durante o provável recesso de fim de ano, até janeiro, essas informações possam chegar, com tempo para que o relator faça a análise do material.
Efraim disse que a comissão já detectou crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens e valores ligados aos bingos e ao uso de recursos públicos. Ele afirmou que durante a gestão do prefeito petista Celso Daniel em Santo André (assassinado em janeiro de 2002) o crime organizado atuou para obter recursos para campanhas eleitorais.
- Havia uma quadrilha lá - declarou.
O líder do PMDB, senador Ney Suassuna (PB), ficou surpreso com a prorrogação da CPI:
- Como isso aconteceu? Ninguém se manifestou contra? - protestou.
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