A CPI dos Bingos aprovou na tarde desta quarta-feira requerimento convocando para depor a vice-presidente da área de tecnologia da Caixa Econômica Federal, Clarice Copetti. A comissão quer que ela esclareça como foi feito o vazamento das informações da conta do caseiro Francenildo dos Santos Costa, já que a área de tecnologia controla o sistema informatizado da Caixa. O depoimento está marcado para esta quinta-feira.
A CPI também impetrou nesta quarta um novo mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar cassar a liminar que suspendeu na semana passada o depoimento do caseiro. Antes de a sessão ser interrompida, Francenildo contradisse o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, dizendo que ele freqüentava a casa em Brasília onde iam ex-assessores de Palocci em Ribeirão Preto, acusados de corrupção. Na mesma CPI, o ministro negou ter ido à casa, conhecida em Brasília como "República de Ribeirão".
A CPI já teve um recurso negado esta semana pelo presidente da corte, ministro Nelson Jobim. No novo recurso, os parlamentares alteram os argumentos utilizados para tentar convencer o Supremo de que o depoimento do caseiro está dentro do foco de investigação da comissão.
O Supremo informou que o novo mandado de segurança será apreciado pelo ministro Marco Aurélio Mello. A expectativa da CPI é de que o ministro tenha um posicionamento diferente e permita a realização do depoimento. Caso o Supremo casse a liminar que proibiu o depoimento, a CPI pode ouvir o caseiro às pressas e dessa vez deve explorar a violação de seu sigilo bancário.
A divulgação de extratos bancários de uma conta do caseiro na Caixa mostrando que ele recebeu depósitos de cerca de R$ 38 mil de um empresário piauiense, que seria seu pai biológico, acirrou a briga entre governo e oposição.
A Caixa admite a possibilidade de o extrato ter saído de dentro do próprio banco. O presidente da CEF, Jorge Mattoso, disse que, se o papel for reprodução fiel do documento original, o extrato só pode ter sido obtido em uma das gerências do banco, tanto de uma agência quanto da sede.
Deixe sua opinião