Brasília (Folhapress) A CPI dos Correios aprovou ontem, em votação simbólica, a convocação de Luiz Gushiken ex-ministro da Secretaria de Comunicação de Governo e atual chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência (Secom) para esclarecer sua atuação na gestão dos contratos de publicidade federais com as empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza, envolvido no escândalo do mensalão.
A data do depoimento não foi marcada, mas também foram aprovados os requerimentos para Marcos Vinícius di Flora e Expedito Carlos Barsotti deporem. Ambos foram secretários de Gushiken na Secom.
Gushiken, que perdeu o status de ministro pelo desgaste relativo a acusações de que a empresa da qual foi sócio teria ampliado a receita de contratos com fundos de pensão, foi acusado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de atuar no suposto esquema de corrupção federal ao lado do ex-ministro da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP).
Os outros oito convocados são: Emerson Palmieri (ex-tesoureiro do PTB e ex-diretor da Embratur), Kátia Rabelo (presidente do Banco Rural), Rogério Tolentino (sócio de Marcos Valério), Marcelo Sereno (ex-secretário de Comunicação do PT), Ivan Guimarães (ex-presidente do Banco Popular), José Carlos Batista (dono da Guaranhuns Empreendimentos), Solange Pereira de Oliveira (ex-secretária de Delúbio Soares) e Egydio Bianchi (ex-presidente dos Correios).
Todos os requerimentos foram votados por acordo. Diante do esvaziamento causado pelo depoimento de Marcos Valério na CPI vizinha, do Mensalão, os integrantes debateram o destino dos trabalhos.
Sem prejuízo do que já foi investigado sobre os beneficiários de verbas ilícitas, o foco deve ficar na "origem", isto é, os focos de corrupção no governo federal que supostamente alimentavam o chamado "valerioduto".
"Estamos voltando nosso foco para investigar a origem do dinheiro", disse o relator Osmar Serraglio (PMDB-PR). Hoje, as duas CPIs farão sua primeira sessão conjunta para ouvir o sócio de Marcos Valério na SMPB e outras empresas, Cristiano Paz. Amanhã, deve ser ouvida a sócia do publicitário Duda Mendonça, Zilmar Silveira.
Governistas, com a estratégia de aprofundar o envolvimento do PSDB no suposto valerioduto com o caso do caixa 2 do senador Eduardo Azeredo na campanha para o governo de Minas Gerais, convocaram o tesoureiro tucano à época, Cláudio Mourão. Também foram pedidos dados sobre contratos de publicidade do estado a partir de 1995.
Outra vitória dos governistas: conseguiram transformar em pedido de explicações a convocação de Aristides Junqueira, ex-procurador geral da República e advogado do PT que se afastou da defesa do ex-tesoureiro Delúbio Soares.
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