Brasília (AG) Preocupados com os resultados da CPI dos Correios e na tentativa de mostrar que o dinheiro usado pelo empresário Marcos Valério para pagar políticos aliados do governo teria vindo em parte do exterior, os integrantes da comissão de partidos da oposição retomam hoje o ataque. Tentarão aprovar os requerimentos para convocar o doleiro Antônio Oliveira Clarimunt, o Toninho da Barcelona, os donos da corretora Bônus-Banval, que recebeu dinheiro do esquema, e o presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, que assumiu ter pago um empréstimo de R$ 29 mil que teria sido dado ao presidente Lula. Os parlamentares querem insistir também para marcar a data do depoimento do ex-ministro Luiz Gushiken, responsável pela área de publicidade do governo.
A iniciativa deve partir dos parlamentares do PFL. O deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA) criticou ontem o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), por ter acertado a agenda da semana da comissão para depoimentos apenas com o subrelator Carlos Abicalil (PT-MT) e disse que começa a se insinuar uma operação abafa na comissão. Os tucanos na comissão prometem apoiar os requerimentos.
Nesta semana, pelo cronograma inicial, devem ser ouvidos o ex-presidente do Banco Popular Ivan Guimarães e o genro do presidente do PTB, Roberto Jefferson, Marcus Vinicius Vasconcelos Ferreira. Esse último, segundo o que o ex-chefe do departamento de contratações dos Correios Maurício Marinho disse ao Ministério Público Federal, seria os olhos e ouvidos do petebista nos Correios.
O que irritou os pefelistas foi a decisão de Delcídio e dos sub-relatores da CPI de restringir o foco das investigações da comissão aos Correios e as operações feitas pelo empresário Marcos Valério, embora o presidente da comissão tenha dito ontem que algumas operações feitas por fundos ainda deverão ser investigadas.
Apesar das ressalvas que fazem ao depoimento do doleiro Toninho da Barcelona, condenado a 25 anos de prisão, os pefelistas e tucanos acham que ele pode ser importante para esclarecer as investigações.
O sub-relator de movimentações financeiras, Gustavo Fruet (PSDB-PR), concorda com a votação dos requerimentos, mesmo que Toninho não seja ouvido agora. Ele defende ainda a votação do pedido de quebra de sigilo das empresas Athenas e Esfort, que teriam recebido dinheiro do esquema de Valério e mandado para o Uruguai.
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