Curitiba – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Correios poderá apurar o suposto esquema de caixa 2 no PT de Londrina. O caso envolve denúncias de irregularidades contra o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Segundo o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), as denúncias serão investigadas se trouxerem novas informações sobre a origem dos recursos operados pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza em benefício de partidos políticos. "Não interessa a CPI saber como foi usado esse dinheiro. Interessa saber de onde veio, se tinha relação com o esquema federal do PT com o Valério."

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Segundo reportagem publicada pela revista IstoÉ do último fim de semana, a ex-assessora financeira do PT de Londrina, Soraya Garcia, confirmou à Polícia Federal que o partido omitiu da Justiça Eleitoral R$ 6,5 milhões em gastos da campanha do atual prefeito Nédson Micheleti. De acordo com Soraya, as negociações dos recursos passavam pelo gabinete de Paulo Bernardo, que na época era deputado federal pelo PT, e envolviam a agência SMP&B, de Marcos Valério, acusado de ser o operador do suposto esquema conhecido como mensalão.

"Durante a campanha, o dinheiro chegava em sacolas e sempre coincidia com a presença do então deputado Paulo Bernardo na cidade", diz Soraya na reportagem da IstoÉ.

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Osmar Serraglio lembra que, quando as primeiras denúncias de Soraya Garcia foram divulgadas pela imprensa, no fim de agosto, a CPI aprovou requerimento para a convocação da ex-assessora. O relator admite, porém, que a convocação pode ser substituída pela requisição de cópia do depoimento prestado por ela na Polícia Federal ou por um eventual depoimento na CPI do mensalão.

À época das primeiras denúncias sobre o esquema de caixa 2 no Paraná, Paulo Bernardo, negou qualquer participação no caso.

A reportagem da Gazeta procurou a assessoria de Bernardo para comentar a acusação, mas não conseguiu contato. Serraglio descartou, ao menos por enquanto, a convocação do ministro.