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Brasília (AE) – O líder do PT no Senado e presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, Delcídio Amaral (MS), avisou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que os trabalhos da comissão terão de ser prorrogados, provavelmente, até março.

Há duas semanas, a CPI não consegue quórum para votar requerimentos de convocação e de quebra de sigilo bancário de corretoras de seguro que teriam causado prejuízo a fundos de pensão em operações de compra e venda de títulos públicos.

"A CPI tem de dar resultado mesmo", disse Lula, segundo Amaral, que esteve no Palácio do Planalto. O término da CPI está previsto para 11 de dezembro, quando deveria ser apresentado o relatório final. "O trabalho que temos pela frente é hercúleo e o mais provável é que a CPI só termine lá para março do ano que vem", afirmou.

Antes do parecer final, os sub-relatores da CPI apresentarão estudos parciais sobre os fundos, a movimentação financeira das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e os contratos firmados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e pelo IRB-Brasil.

O presidente da CPI reuniu-se ontem com representantes de três empresas de auditoria que ajudarão os trabalhos da comissão. Segundo Amaral, deverão ser contratadas duas auditorias que ficaram encarregadas de investigar os dados sobre as transações feitas por dez fundos de pensão com os Bancos Rural e BMG, os contratos firmados pelos Correios com as empresas prestadoras de serviço e a movimentação financeira de Valério, que tem 18 empresas e 75 contas bancárias. Amaral designou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para acompanhar o trabalho dos auditores.

Emergência

Na terça-feira, o presidente da CPI pretende fazer uma reunião de emergência para votar os requerimentos que, nas últimas duas semanas, deixaram de ser analisados por falta de quórum. "Duvido que a partir de agora, com o estardalhaço feito pela imprensa, que volte a faltar quórum na CPI", disse o senador. Ele pretende convocar para depor, na quarta-feira, o doleiro Dario Messer, acusado de ser "o doleiro oficial do PT".

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