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A CPI dos Correios está investigando novos empréstimos do publicitário Marcos Valério para a campanha do presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), ao governo de Minas Gerais em 1998, conforme informação da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que integra a CPI. Pelo apurado até agora, Valério emprestou cerca de R$ 14 milhões para a campanha tucana.

- Descobrimos que o esquema de Minas Gerais tem mais empréstimos de Marcos Valério para Cláudio Mourão, em 2000 e 2001 - revelou Ideli, lembrando que Mourão, ex-secretário de Administração no governo Azeredo (1995-1998), foi tesoureiro de sua campanha na ocasião e já admitiu ter recebido recursos de Valério.

Em 1998, Valério contraiu dívidas junto ao Banco Rural. Até agora, a CPI apurou que foram levantados cerca de R$ 14 milhões. Em 2003, Valério quitou a dívida pagando somente R$ 2 milhões.

- O esquema de Marcos Valério começou em Minas Gerais com financiamento de campanhas do PSDB e do PFL. Há uma identidade na forma de fazer empréstimos e a relação das estatais de Minas que foram garantidoras dessas operações - disse a senadora.

Ideli acredita que o envolvimento do PFL e PSDB seja ainda maior e quer abrir o sigilo dos arquivos informatizados do empresário Daniel Dantas, sócio do banco Opportunity. A CPI pediu a quebra de sigilo, mas Dantas conseguiu na Justiça impedir a abertura dos arquivos. A ministra Ellen Grace Northfleet, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu a quebra do sigilo acatando a alegação de Dantas de que as informações não têm a ver com o foco das investigações.

- Tanto a CPI dos Correios como a do Mensalão levantaram indícios sobre as relações de Dantas com Marcos Valério. Duas empresas de Dantas, a Telemig e a Amazônia Celular, estão entre as principais fontes de abastecimento de Marcos Valério - apontou Ideli Salvatti.

A senadora catarinense reclama das dificuldades que a oposição levanta para impedir uma maior investigação de financiamentos irregulares de campanha que não sejam do PT.

- Há uma inequívoca intenção de investigar o PT e não a corrupção. Para eles, corrupção tem validade - afirmou.

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