A CPI dos Correios pediu ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que acione as unidades de inteligência financeira dos Estados Unidos, Panamá, Uruguai e Ilhas Cayman em busca de informações sobre quatro empresas sob suspeita de participar de um esquema de lavagem de dinheiro montado pelo empresário Marcos Valério de Souza. Levantamentos concluídos nesta segunda-feira pela CPI indicam que a Guaranhuns Empreendimentos, Link Trading, Athenas Trading e a RS Empreendimentos e Participações, beneficiárias de recursos da SMP&B Propaganda e da Tolentino Associados, teriam enviado ao exterior mais R$ 8 milhões.
- Temos indícios de que houve lavagem de dinheiro, por isso estamos solicitando ao Coaf que provoque as unidades de inteligência financeira dos países onde funcionam as sedes dessas empresas em busca de informações - informou o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), depois de visita ao Coaf.
Identificada por Marcos Valério como a intermediária do repasse de R$ 10,8 milhões do PT para o presidente nacional do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), a Guaranhuns, controlada pela Esfort Trading, com sede no Uruguai, teria remetido para as Ilhas Cayman R$ 5,7 milhões. A Athenas Trading teria enviado para sua sede no Uruguai R$ 1,9 milhão. Com sede no Panamá, a RS Empreendimentos e participações teria enviado para o exterior R$ 700 mil. A CPI ainda não fechou a conta das remessas da Link Trading para os Estados Unidos.
De acordo com o sub-relator da CPI, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), na próxima reunião administrativa da comissão deverá ser solicitada a quebra de sigilo da RS Empreendimentos e Participações e da Athenas Trading. Os sigilos da Guaranhuns e da Link Trading já foram quebrados.
- Em função das quebras de sigilo verificamos que pelo menos quatro empresas que remeteram recursos para o exterior receberam dinheiro da SMP&B , da Tolentino ou de alguma outra empresa ligada ao Marcos Valério. Queremos saber se existe relação entre o fato de essas empresas terem recebido dinheiro do Marcos Valério e terem mandado dinheiro no exterior - explicou Fruet, que também esteve no Coaf.
Deixe sua opinião