Brasília (Folhapress) Os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios aprovaram um requerimento sugerindo que o Ministério Público Federal (MP) analise a possibilidade de pedir a prisão preventiva do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. No mesmo requerimento, os integrantes da comissão pedem que o publicitário tenha seus bens indisponíveis. O MP tem 20 dias de prazo para decidir sobre o pedido da CPI.
A argumentação dos parlamentares é de que, solto, Valério estaria coordenando a destruição de documentos que seriam necessários para a investigação da CPI.
Os integrantes também ampliaram a quebra dos sigilos de todas das empresas de Valério e de sua mulher, Renilda Maria Santiago Fernandes de Souza, desde 1997. Antes, as informações sobre os dados sigilosos eram somente até 2000. Foi aprovada também a quebra do sigilo das contas das empresas de Valério no Banco de Brasília desde 2003. A tese ganhou força depois que foram divulgadas gravações entre o policial aposentado Marco Túlio Prata, irmão do contador Marco Aurélio Prata, cujo escritório de contabilidade foi alvo de uma ação de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), na qual eram procurados documentos das empresas do publicitário.
No último dia 14, a Polícia Civil de Minas Gerais apreendeu na casa do policial aposentado 12 caixas com mais de 2 mil notas fiscais da empresa DNA Propaganda, da qual o publicitário é sócio, na casa do irmão de seu contador, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. As notas de prestação de serviços seriam queimadas.
Votação
Somente um congressista votou contra a aprovação do requerimento: Nelson Meurer (PP-PR). Segundo o deputado, Valério não se recusou em nenhum momento a prestar depoimento ou esclarecer questões à CPI.
Mesmo se estivesse mentindo, argumentou o congressista, o publicitário estaria de acordo com a legislação. "Não tem justificativa o pedido de prisão preventiva."
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), que já tinha apresentado requerimento, disse que a votação perdeu um pouco da força. Segundo ele, se a votação tivesse ocorrido na ocasião em que o requerimento foi proposto, há cerca de dez dias, teria evitado o encontro entre Valério e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, em Belo Horizonte. Dias depois do encontro, o publicitário e o ex-dirigente petista prestaram depoimentos semelhantes à Procuradoria-Geral da República.
Pela versão dos dois, os saques feitos nas contas das empresas de Valério eram fruto de um empréstimo tomado pelas empresas de publicidade para depois ser repassado para o PT quitar dívidas de campanha.
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