O presidente da CPI dos Correios, senador Delcidio Amaral (PT-SP), acertou nesta quinta-feira com os parlamentares da comissão que vai criar uma nova relatoria para tratar de investigações em relação aos fundos de pensão. A tarefa deve ficar com o deputado federal Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). A idéia é que os trabalhos da CPI sejam divididos a partir de agora em três linhas de investigações: sobre a corrupção nos Correios, reforçadas pelas novas denúncias feitas pelo ex-chefe do departamento de contratações da estatal Maurício Marinho; sobre as apurações em relação ao esquema montado por Marcos Valério, que incluirá os seus contratos de publicidade com o Banco do Brasil; e em relação aos fundos de pensão de empresas estatais.
Numa primeira etapa, o trabalho em relação a esses fundos deve se concentrar em outras três linhas de atuação. A primeira suspeita a ser investigada será a de que o ex-secretário de Comunicação do PT Marcelo Sereno teria feito gestões para que o fundo de pensão da Eletronuclear, o Núcleos, fizesse investimentos em determinadas instituições financeiras, revelada pela Folha de S. Paulo. Sereno foi acusado pelo conselheiro do Núcleos Neildo de Souza Jorge de fazer uso político do fundo. O petista nega.
A suspeita que será investigada pela CPI é de que parte da corretagem pelos investimentos seria revertida para campanhas eleitorais. A CPI pretende investigar também os investimentos feitos por 11 fundos de pensão nos bancos BMG e Rural, de onde saíram os empréstimos de R$ 55 milhões, intermediados por Valério, que foram parar na conta de políticos aliados do governo por orientação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. A terceira linha que deve ser analisada diz respeito a operações feitas por fundos de pensão com títulos públicos pós-fixados e com derivativos no mercado futuro.
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