Em um encontro que durou aproximadamente meia hora, os deputados Sergio Souza (PMDB-PR) e Efraim Filho (DEM-PB), que comandam a CPI dos Fundos de Pensão, conversaram nesta segunda-feira (5) à tarde com o juiz federal Sergio Moro para requerer informações que possam colaborar com os trabalhos da Comissão. O objetivo é trocar informações sobre investigados na Operação Lava Jato que aparecem em investimentos promovidos pelos fundos.
“Aquilo que aparentemente não tem importância na Lava Jato, ou que ainda não é foco das investigações, que é o momento anterior aos contratos, com a composição dos fundos de investimento, tem dinheiro dos fundos de pensão”, observou o peemedebista, que avaliou o encontro como positivo. “Ele [Sergio Moro] se mostrou solícito em compartilhar informações, desde que não atrapalhem novas investigações da Lava Jato”, disse.
Instalada há dois meses, a CPI investiga movimentações dos quatro maiores fundos de pensão de empresas estatais do Brasil, do período de 2003 a 2015. Juntos, o Funcef, a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) e o Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis) têm um patrimônio estimado em R$ 400 bilhões.
Há pelo menos quatro nomes que se cruzam nas duas apurações – o doleiro Alberto Youssef; o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; o vice-presidente da empreiteira Engevix, Gerson de Mello Almada; e o lobista Milton Pascowitch. Todos foram presos pela Polícia Federal ( PF ) por suposto envolvimento com a corrupção na Petrobras.
Conforme Souza, além do compartilhamento de informações, foi requerido ao juiz Sergio Moro a disponibilidade de oitiva de alguns presos da Lava Jato. O primeiro a ser ouvido deve ser o doleiro Alberto Youssef, preso desde março do ano passado em Curitiba. “Já há requerimento para que ele deponha e preste as informações necessárias para o trabalho da CPI”, informou Souza.
Objetivos
Sergio Souza, que é relator da CPI dos Fundos de Pensão, explica que, nesta segunda fase – em que já foram ouvidos beneficiários, entidades prejudicadas, representantes dos próprios fundos e de órgãos fiscalizadores – a ideia é focar em investigados da Lava Jato que possuem relação com os fundos. “Essa CPI é um pouco diferente das demais, como da Petrobras e do BNDES, e tem na sua base uma investigação própria”, aponta.
Um dos principais objetivos da CPI, segundo o parlamentar, é apresentar um projeto para limitar operações e condições de gestão dos fundos de pensão. “É muito comum que os diretores de fundos de pensão abram corretoras e agências para gerir fundos de investimentos, captando dinheiro dos próprios fundos de pensão para investir no mercado. A intenção é estabelecer uma quarentena e limitar os gestores”, aponta Souza.
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