A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas decidiu nesta quarta-feira (24) que vai manter trancados no cofre da comissão os documentos encaminhados pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, a respeito dos equipamentos adquiridos pelo Exército para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e os laudos da perícia do Exército feita nos equipamentos.

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A decisão de manter os documentos fechados foi tomada há pouco pelos deputados da CPI, até um posicionamento do ministro Jobim sobre o fim da "confidencialidade" dos documentos. "Nós, de forma colegiada, decidimos que os documentos vão permanecer fechados até a autorização do ministro para abri-los. Eu acho que não tem sentido esse sigilo", disse o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ).

Marcelo Itagiba encaminhou nesta quarta ofício ao ministro Nelson Jobim pedindo a ele que "abra mão da classificação de confidencialidade dos documentos, para que esses dados [informações] possam se tornar públicos para que a gente possa informar à população que equipamentos são esses [da Abin] e de que forma eles são utilizados".

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Itagiba informou que, só depois que o ministro da Defesa autorizar o fim do sigilo dos documentos, é que a CPI vai abrir os dois envelopes encaminhados pelo ministro. Itagiba informou que, embora não tenha conhecimento do conteúdo do material em um dos envelopes, com o timbre confidencial, está a relação dos equipamentos adquiridos pelo Exército para a Abin até 2005 e, no outro envelope, com timbre reservado, está o laudo da perícia feita pelo Exército nos equipamentos da Abin.

Antes da reunião dos deputados da CPI, que decidiram manter os documentos fechados até uma posição do ministro Nelson Jobim, Itagiba chegou a anunciar que iria se reunir com os integrantes da comissão para analisarem os documentos encaminhados pelo ministro da Defesa.

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