A CPI dos Correios e o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados atuarão de forma conjunta, a partir de agora, para evitar qualquer tentativa de união de partidos políticos para promover um acordo que possa impedir a cassação de parlamentares envolvidos em esquemas de corrupção ou de compra de votos investigados pela comissão. O acerto foi feito nesta segunda-feira pelo relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), e pelo presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP).
- Foi um encontro produtivo e necessário. A partir de agora, daremos todo apoio ao relator Osmar Serraglio e vamos trabalhar juntos. Havendo indício de qualquer acordo político, a primeira iniciativa será denunciar - afirmou Ricardo Izar.
O parlamentar disse que ele e o relator procurarão as bancadas dos parlamentares envolvidos com esquemas de corrupção para mostrar as denúncias e as oitivas de cada um.
Perguntado se essa suposta "operação abafa" contaria com a participação do PSDB, Serraglio disse que a CPI não procura identificar partidos. Ele admitiu, no entanto, que existem "indícios de acordo".
Serraglio citou, por exemplo, a sessão plenária da Câmara em que foi votado, no ano passado, o processo de cassação do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG).
- Todos viram a atuação intensa de parlamentares no plenário. Aquilo nos assustou - disse o relator, ao comentar a absolvição de Queiroz.
O relator da CPI disse que jamais recebeu qualquer pressão de partido político no sentido de aliviar alguma investigação. Ele ressaltou, no entanto, que não pode dizer o mesmo quanto ao assédio de parlamentares.
- A procura de parlamentares faz parte dos embates e interesses políticos. As vezes, você é abordado por emissários ou pelos próprios deputados - disse ele.
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