A CPI dos Grampos foi retomada ontem na Câmara dos Deputados. E com novo fôlego. Confirmada a prorrogação de 60 dias dos trabalhos, o presidente da comissão, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), já apresentou relatório em separado ele entregou o texto para análise do relator, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) no qual sugere o indiciamento do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Paulo Lacerda, de José Milton Campana, também da Abin, e do delegado Protógenes Queiroz: todos por falso testemunho. Itagiba sugeriu ainda o indiciamento por interceptação telefônica do banqueiro Daniel Dantas.
À luz das novas revelações de que o delegado teria supostamente feito uma investigação clandestina de diversas autoridades, conforme reportagem da revista Veja, a CPI praticamente refaz o caminho percorrido até aqui.
Hoje, a CPI faz nova reunião. Desta vez para votação de requerimentos que devem dar o tom da nova rodada da comissão, que já completou 14 meses de vida. Entre as principais propostas a serem apreciadas pelos deputados estão os pedidos de nova convocação para que Lacerda e Protógenes falem aos parlamentares. Itagiba foi além. Prometeu defender uma acareação do ex-presidente do inquérito da Satiagraha com outros agentes da Abin que à CPI confirmaram a realização de interceptações telefônicas às quais tiveram acesso por meio de Protógenes.
"O foco agora é saber se, de fato, houve prática de ilegalidade. Algumas ilegalidades já estão comprovadas, como o fato de agentes da Abin terem participado formalmente, quando disseram o contrário", disse Itagiba.
Ontem, o presidente da CPI se apressou em explicar que a divulgação de parte do inquérito que apura o vazamento da Satiagraha não ocorreu por meio da comissão. Ele relatou que, na última quinta-feira, o juiz federal Ali Mazloum enviou à CPI, por meio de Sedex, nove volumes do inquérito policial e dois volumes do procedimento cautelar de apreensão de material na casa de Protógenes, além de uma mídia eletrônica. "Nós não estávamos em Brasília quando o material chegou e tudo ficou no cofre da CPI", afirmou. Desde ontem os demais integrantes da CPI podem ter acesso monitorado à documentação.
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