ntegrantes da CPI dos Correios divulgaram nesta terça-feira a primeira lista de pessoas ligadas a políticos da base do governo (PT, PL e PP) que fizeram saques em dinheiro das contas das empresas SMP&B Propaganda e DNA Publicidade, do publicitário Marcos Valério de Souza, no Banco Rural. Os valores foram conseguidos por meio de quebra de sigilos bancários.
Os primeiros nomes encontrados são: Anita Leocádia da Costa, secretária do líder do PT, Paulo Rocha (R$ 320 mil); Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL (R$ 200 mil); Márcia Regina Milanesi Cunha, mulher João Paulo Cunha, deputado de PT-SP (R$ 50 mil); Raimundo Ferreira, dirigente nacional do PT e assessor de Paulo Delgado, deputado do PT-MG (R$ 100 mil); Josias Gomes da Silva, deputado do PT-BA (R$ 50 mil); Carlos Rodrigues, deputado do PL-RJ (R$ 150 mil).
Foram encontrados ainda saques de quase R$ 1 milhão em nome de João Cláudio Genu, chefe de gabinete do deputado José Janene, líder do PP e apontado como um dos operadores do suposto esquema de mensalão.
Até agora, os integrantes da CPI só conseguiram analisar documentos referentes às contas de Valério no Banco Rural. Falta analisar a quebra dos sigilos em pelo menos outros cinco bancos.
Parlamentares da oposição e do governo disseram que quem está na lista precisa se explicar, especialmente João Paulo Cunha.
- Ele terá que vir para a CPI explicar. É bom para ele. Vai ter que justificar a origem. Se for caixa dois, é mais grave ainda e pode deixar muito mal o PT - afirmou o senador Heráclito Fortes (PFL-PI).
No dia anterior do saque feito pela mulher de João Paulo, a agenda de Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Marcos Valério, registra um café da manhã entre o publicitário e o então presidente da Câmara. O contrato de publicidade da Câmara com a SMP&B foi fechado dois meses depois.
Inicialmente, João Paulo informou que sua mulher fora à agência do Banco Rural para pagar a conta de uma TV por assinatura. Mas na sexta-feira passada, o deputado retirou da CPI o ofício em que dava esta informação.
O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) disse que vai esperar a explicação de João Paulo Cunha.
- Vou aguardar o posicionamento de João Paulo. Não devemos prejulgá-lo. Vamos ter que fazer uma avaliação desse caso - afirmou.
O deputado José Janene não comentou os saques feitos por seu assessor, que está de férias. A direção do PL também não comentou o caso. O ex-tesoureiro do partido Jacinto Lamas não foi encontrado.
Em nota divulgada nesta terça, Raimundo Ferreira da Silva Júnior confirma que esteve na agência do Banco Rural no ano passado, uma única vez, para receber uma ordem de pagamento em seu nome. Raimundo diz ainda que esteve na agência como assessor do escritório nacional do PT, a pedido do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares. Mas ressalta que a ida ao banco não tem qualquer relação com suas atividades como assessor parlamentar do deputado Paulo Delgado.
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