O presidente da CPI da Petrobras, o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), lançou nesta quarta-feira (20) dúvidas de que o ex-deputado federal paranaense José Janene (PP) esteja mesmo morto. Ele disse ter recebido informações de que Janene estaria vivo e morando na América Central. E afirmou que iria pedir a exumação e coleta do DNA do corpo do ex-deputado. Porém, após ser criticado por familiares de Janene, Motta voltou atrás e disse que, antes de tomar uma decisão, iria conversar com a ex-mulher de Janene, Stael Fernanda Janene.
Janene morreu em 14 de setembro de 2010, por complicações infecciosas de uma cirurgia cardíaca. Ele era réu no processo do mensalão sob a suspeita de que teria recebido R$ 4,1 milhões enquanto era líder do PP na Câmara Federal. O nome do ex-parlamentar voltou a ser citado nas investigações da Operação Lava Jato, apontado como responsável por organizar o esquema de corrupção na Petrobras, segundo declarações do doleiro Alberto Youssef.
Respeito
“Pelo amor de Deus, isso é um absurdo. As pessoas têm que ter mais respeito pela família dele, ele deixou filhos. Esse tipo de gente deveria ser processada”, disse Stael Fernanda. Ela negou que tenha afirmado a deputados da CPI que desconfiaria que Janene estaria vivo, conforme chegou a ser divulgado. Ainda assim, Stael deve ser convocada para prestar depoimento na CPI. “Eu não teria nada a dizer”, afirmou ela, que se divorciou de Janene em 2008, dois anos antes da morte do ex-parlamentar.
Pelo Facebook, Stael ainda publicou uma nota em que diz estar “estarrecida” com as notícias veiculadas na mídia de que ela teria desconfiado da morte do ex-deputado. “Jamais fiz isso, e nem poderia, pois fui eu mesma em companhia de meus filhos e das filhas dele, que recebi seu corpo na mesquita muçulmana aqui em Londrina”, escreveu na página. Ela afirma ainda que o enterro de Janene ocorreu seguindo os costumes muçulmanos, sem caixão. “A imprensa paranaense e grande parte da nacional acompanhou o enterro”, disse.
A filha do ex-deputado, Danielle Janene, também considerou absurda a suspeita de que seu pai estaria vivo. Danielle disse que acompanhou o pai até seus últimos minutos de vida e que ela mesma assinou a liberação do corpo. Janene aguardava por um transplante de coração no Incor, em São Paulo, onde ficou internado por 40 dias antes de morrer. “Quem acompanhou tudo de perto fui eu”, disse Danielle. “É um absurdo falarem isso.”
Danielle pediu ainda que o deputado Hugo Motta se retratasse das afirmações feita na CPI. “Se ele não se retratar, estará mostrando não só para a família, mas para todo mundo, que isso não passa de um circo”, declarou. Para ela, a morte de Janene poderia ser confirmada de outras formas, como com os documentos do hospital, a certidão de óbito, ou filmagens e fotos feitas no velório do ex-parlamentar.
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