MP denuncia ex-diretor
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou à Justiça o ex-diretor internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada, o executivo da Odebrecht Marco Antonio Duran e cinco funcionários e dois ex-funcionários da estatal por fraude em licitação de contrato para serviços em instalações da empresa em nove países. O contrato, de 2010, tinha valor inicial de US$ 825,7 milhões, reduzido para US$ 487 milhões após auditoria interna feita pela Petrobras.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista da Petrobras aprovou ontem uma série de requerimentos que inclui a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. A aprovação foi conseguida por um acordo entre líderes do governo e da oposição que participam da CPI.
O entendimento, no entanto, não incluiu o requerimento de quebra de sigilo de grandes empreiteiras relacionadas aos escândalos da Petrobras e potenciais financiadores de campanha, como Queiroz Galvão, Odebrecht, OAS, Mendes Júnior e Galvão Engenharia. O doleiro e o ex-diretor da estatal estão presos por envolvimento nas investigações da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal.
A sessão de ontem da CPI mista foi a última antes do início do recesso branco, que deve abranger as duas próximas semanas. Alguns congressistas da base aliada e da oposição avaliam que, no segundo semestre, não será possível aprovar mais nenhum requerimento da CPI porque os políticos estarão envolvidos em suas campanhas e a comissão dificilmente terá quórum para votação. Segundo o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), a investigação sobre a Petrobras na CPI deve morrer na sexta-feira.
Antes do início da sessão de ontem, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), convocou os líderes partidários para uma reunião a fim de votar em bloco dezenas de requerimentos apresentados. Em votação simbólica, foram aprovados 55 requerimentos, entre eles a da convocação de duas filhas de Paulo Roberto Costa, Shanni Azevedo Costa e Arianna Azevedo Costa.
"Nós demos o primeiro passo", afirmou o líder do Solidariedade da Câmara, deputado Fernando Franceschini (PR), após a sessão da CPI. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), disse que espera receber os dados das investigações em até 15 dias e que os técnicos da CPI farão análise das apurações já realizadas. Outro bloco de 28 requerimentos que envolviam quebra de sigilo foi votado nominalmente para evitar, segundo o presidente da CPI, contestações judiciais.
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