Em meio a protestos de parlamentares da oposição, o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), encerrou, na tarde desta terça-feira, a reunião da comissão sem conseguir votar nenhum dos mais de 130 requerimentos apresentados ao colegiado. Biscaia encerrou a reunião por falta de quórum, pois dos 36 titulares da comissão, só oito estavam presentes. O número mínimo para a votação dos pedidos de quebra de sigilos bancários, fiscais e telefônicos é de 19 parlamentares.

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Para o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), sub-relator responsável pela investigação do Executivo, sem a aprovação dos requerimentos a investigação vai ficar paralisada até as eleições de outubro.

A CPI tem pelo menos 59 pedidos de quebra pendentes para serem votados. Deixaram de ser votadas também 50 requerimentos de convocações de pessoas para prestarem depoimento na CPI. Enquanto Biscaia encerrava a sessão, chegaram a sala os deputados Júlio Delgado (PSB-MG) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), ainda assim, o petista decidiu encerrar a reunião e, atendendo aos pedidos dos deputados Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e Carlos Sampaio (PSDB-SP).

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- Estou levando essa CPI de uma forma que ninguém acreditava - reagiu Biscaia, aos protestos dos deputados que insinuavam que ele não estaria colaborando com a investigação.

Redecker disse que, sem a aprovação dos requerimentos, não haverá investigação:

- Sem quórum, ficou prejudicada a investigação sobre o Executivo. É muito mais fácil investigar parlamentares do que o governo. A investigação será paralisada justamente quando caminhamos para o Executivo - afirmou o tucano.

- Está na cara que só querem decidir alguma coisa depois da eleição. O Lula livrou a cara dele e agora quer livrar a do PT. Este ministério não é da saúde, mas da doença - protestou Faria de Sá.

No começo da sessão, enquanto esperava pela chegada de parlamentares para dar quórum a reunião da CPI, os petistas reclamaram da série de contradições apresentadas pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, em suas diferentes entrevistas concedidas depois do depoimento que ele deu à Justiça Federal e permitiu que ele e seu pai Darci Vedoin fossem beneficiados pelo expediente da delação premiada, o que serviu inclusive para tirá-los da cadeia.

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O próprio Biscaia, líder do bloco de apoio ao governo no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC), e o deputado Eduardo Valverde concordaram sobre a necessidade de um novo depoimento de Vedoin na CPI. Biscaia chegou a discutir a possibilidade da prisão de Vedoin ser declarada novamente por causa das diferentes versões apresentadas por ele.

- Os (Vedoin) adverti mais de uma vez que eles poderão perder a liberdade provisória e a prisão pode ser decretada novamente. Já conversei e está acertado que eles vão dar novos esclarecimentos e que pode até ter um novo depoimento - explicou Biscaia.

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