Brasília (Folhapress e AE) – A CPI dos Bingos aprovou na noite de ontem dois requerimentos pedindo a prisão preventiva e o indiciamento do economista Vladimir Poleto, ex-assessor do ministro Antônio Palocci (Fazenda), por falso testemunho.

CARREGANDO :)

A decisão aconteceu depois da divulgação de gravação da revista Veja que apontava contradições entre as declarações de Poleto na CPI e à publicação. Os requerimentos serão encaminhados hoje ao Ministério Público e à Polícia Federal. Poleto foi assessor de Palocci e é apontado pelo advogado Rogério Buratti como o responsável pelo transporte de dólares que o PT teria recebido de Cuba, segundo reportagem da Veja.

O ex-assessor do ministro da Fazenda confirmou, no depoimento, que fez uma viagem de Brasília para São Paulo com um carregamento de três caixas de uísque, mas negou que tenha transportado dinheiro, conforme informações divulgadas pela revista. Poleto alegou que estava bêbado – que havia tomado cerveja e cachaça – e que estava com o discernimento comprometido quando deu a entrevista.

Publicidade

Logo após as declarações, membros da CPI solicitaram a divulgação da fita da entrevista do ex-assessor à revista. Na gravação, que Poleto afirmou ter sido feita sem sua autorização, o ex-assessor disse ao jornalista Policarpo Jr., da Veja, que depois da viagem ficou sabendo por meio de Ralf Barquete, também ex-assessor de Palocci e já morto, que nas caixas tinha US$ 1,4 milhão.

"Ele tinha que sair daqui preso. O habeas-corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desmoralizou totalmente os trabalhos das CPIs. Ele mentiu descaradamente, e sair daqui impune reforça a frustração do Congresso e da sociedade. Se fosse por mim ele já estava algemado", afirmou Magno Malta.

O senador Alvaro Dias, bastante irritado declarou: "Para o senhor Poleto só tem dois caminhos. Ou vai para a prisão, ou vai para um hospital para um tratamento de sanidade mental". Poleto caiu em várias contradições durante o depoimento.