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O Ministério da Agricultura poderá ser o novo alvo das investigações da CPI das Sanguessugas. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), sub-relator da CPI, suspeita que as irregularidades na compra de ambulâncias com recursos de emendas parlamentares tenham se repetido na aquisição de tratores para as chamadas "patrulhas agrícolas mecanizadas".

De acordo com Delgado, parlamentares indiciados pela CPI por envolvimento no esquema de fraudes na saúde também teriam apresentado emendas para as patrulhas agrícolas. Outra coincidência diz respeito aos procedimentos: nos dois casos, a maior parte das emendas foi apresentada de forma individual e com descrição genérica.

Em pelo menos dois casos, a Controladoria-Geral da União já identificou irregularidades nos processos licitatórios conduzidos pelas prefeituras beneficiadas com as emendas. Júlio Delgado já pediu informações completas à CGU para fundamentar o requerimento de investigação que vai apresentar à CPI.

- Se a CGU realmente caracterizar que houve irregularidades, será necessária uma investigação da CPI. A brecha orçamentária de apresentação de emendas que permitiu as fraudes na compra de ambulâncias pode ter sido usada no caso das patrulhas mecanizadas agrícolas - explicou.

O deputado ressalta que o simples fato de parlamentares terem apresentado emendas na área do Ministério da Agricultura não caracteriza nenhuma irregularidade. Porém, as semelhanças com as irregularidades da "máfia das ambulâncias" despertaram a atenção do subrelator.

A CPI também investiga os ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, por causa da suspeita de fraudes na aquisição de veículos de transporte escolar e de ônibus para o projeto de inclusão digital.

A CPI está concluindo a sistematização de todas as informações referentes à participação do Poder Executivo — nos níveis federal, estadual e municipal — em esquemas de fraudes. O banco de dados foi analisado na terça-feira pelos sub-relatores Júlio Redecker (PSDB-RS) e Carlos Sampaio (PSDB-SP), em reunião com técnicos da comissão, do TCU e da CGU. De acordo com Redecker, as informações serão consolidadas até a próxima segunda-feira para servir de base para diligências e sugestões de depoimentos nesta segunda fase de investigações da CPI.

- Nós vamos investigar um a um, com calma, porque não podemos inocentar culpados e muito menos punir inocentes - disse Redecker.

Ele acredita que será possível, na próxima semana, requerer a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de algumas pessoas. O deputado informou que o banco de dados reúne nomes de empresas, políticos, servidores públicos e integrantes do Executivo suspeitos de participação em irregularidades na aquisição de ambulâncias e de veículos para projetos dos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia.

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