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Brasília (AE) – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos aprovou ontem, na última reunião deste ano, uma série de providências para preparar o depoimento do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, ainda sem data marcada, e acrescentar novos dados às investigações em que ele está envolvido.

O "pacote Palocci" quebrou, por iniciativa do relator, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), o sigilo bancário, fiscal e telefônico do motorista Francisco das Chagas Costa. Em depoimento à Polícia Federal (PF) e à comissão, Costa revelou que, em 2004 e 2003, prestou serviço a pelo menos seis ex e atuais assessores de Palocci, entre eles, o assessor Ademirson Ariosvaldo da Silva. O motorista disse que, em 2003, a pedido do economista Vladimir Poleto, concordou em habilitar um telefone no próprio nome para ser usado por ele (Poleto) e pelos outros integrantes da chamada República de Ribeirão Preto: o advogado Rogério Tadeu Buratti, o ex-chefe de Gabinete do ministério Juscelino Dourado, o ex-assessor da presidência da Caixa Econômica Federal (CEF) Ralf Barquete, o irmão dele Ruy Barquete e Silva.

Na ocasião, Costa soube pela PF que o grupo habilitou como sendo dele, não apenas um, mas sim três telefones. Alves também obteve a abertura das contas bancária, fiscal e telefônica dos dois donos de bingo que, segundo Buratti, teriam oferecido ao ministro da Fazenda R$ 1 milhão para o caixa 2 do PT. O dinheiro "pagaria" pela legalização da atividade no país, como propôs o governo na medida provisória (MP) que foi rejeitada pelos senadores. São eles José Paulo Teixeira Cruz Figueiredo e Artur José Valente de Oliveira. Segundo o relator da CPI dos Bingos, Figueiredo e Oliveira são suspeitos de lavagem de dinheiro e de envolvimento com o crime organizado, "inclusive com a possível trama para o assassinado do prefeito de Campinas (no interior de São Paulo), Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT". Eles são ainda sócios do empresário Roberto Carlos Kurzweil, dono da locadora que emprestou o carro usado no transporte da suposta doação de US$ 3 milhões (R$ 6,79 milhões em valores atuais) de Cuba para a campanha presidencial do partido.

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