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Brasília (AG) – A CPI dos Correios aprovou a quebra do sigilo das movimentações financeiras de três fundos de pensão nos bancos BMG e Rural, de onde saíram os supostos empréstimos de R$ 55 milhões que o empresário Marcos Valério de Souza repassou a políticos do PT e de partidos aliados, sob orientação do ex-tesoureiro petista Delúbio Soares. Hoje a comissão deverá quebrar o sigilo das aplicações dos outros oito fundos de pensão de estatais nos dois bancos.

Na sessão de ontem, a CPI aprovou a quebra do sigilo das operações dos fundos de Petrobrás (Petros), da Caixa Econômica Federal (Funcef) e dos servidores da administração direta (Geap) no BMG e no Rural.

A comissão quer saber se os milhões liberados para Marcos Valério têm alguma relação com recursos aplicados pelos fundos nos dois bancos. A oposição comemorou a aprovação do requerimento, embora não tenha havido resistência dos parlamentares governistas.

"Temos convicção de que as aplicações foram feitas a pedido do senhor Marcos Valério", disse o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ).

"Finalmente a CPI começa a tomar providência no sentido de desvendar essa grande caixa preta que são os fundos de pensão", emendou o deputado ACM Neto (PFL-BA).

O deputado Maurício Rands (PT-PE) disse que o governo não tem nada a temer. "Ao governo e ao PT, interessa esclarecer toda a verdade."

A aprovação da quebra do sigilo foi limitada aos dois bancos, depois de uma tentativa anterior da comissão de fazer uma ampla devassa nas contas dos fundos.

Sob a alegação de que uma quebra indiscriminada do sigilo dos fundos poderia abalar o mercado além de levar para a CPI um volume enorme de informações, os integrantes da comissão abandonaram a idéia.

Hoje acabaram aprovando o requerimento limitado aos investimentos no Rural e no BMG. A Geap divulgou nota ontem informando que "não possui investimentos nem realizou qualquer movimentação financeira" no BMG e no Rural desde 1999.

Também ontem, a CPI decidiu pedir à Polícia Federal cópia dos arquivos dos computadores apreendidos na agência do doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona.

Em nova sessão administrativa marcada para a manhã de hoje, os parlamentares decidirão se convocam o doleiro para depor em Brasília.

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