O comando da CPI dos Sanguessugas recebeu nesta quinta-feira a cópia do depoimento que o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin prestou ao juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, no qual descreve detalhes do esquema e cita dezenas de parlamentares. O depoimento, o mais longo registrado na Justiça brasileira, gerou 151 páginas.
O juiz enviou também seis pastas com vários documentos entregues por Vedoin durante o interrogatório, entre eles cópias de depósitos bancários feitos para deputados e senadores. É um capítulo para cada parlamentar. O presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que não tinha lido ainda o depoimento e nem visto as provas, mas acredita que serão fundamentais para esclarecer o caso e apontar os responsáveis pelo esquema.
- Se o Ministério Público concordou com a delação premiada é porque essas provas são consideradas fundamentais - disse Biscaia.
A CPI vai analisar a documentação e, dependendo de seu conteúdo, pode desistir de ouvir Luiz Antônio Verdoin no próximo dia 25.
- Dependendo do teor, podemos considerar dispensável sua presença na CPI - afirmou Biscaia.
Os envolvidos no esquema de compra superfaturada de ambulância com emendas parlamentares receberam outra má notícia nesta quinta-feira. O presidente da CPI recebeu do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, uma lista com 42 nomes de parlamentares que estão sendo investigados supostamente terem se beneficiado do esquema. Somado aos outros quinze parlamentares já notificados, chega-se agora a 57 o número de congressistas investigados pela Câmara.
Biscaia aguarda a resposta do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o autorize a suspender a quebra do sigilo e, assim, divulgar o nome dos acusados da Operação Sanguessuga. Dos quinze já notificados, nove já apresentaram sua defesa à CPI. Essa decisão será do ministro Gilmar Mendes, relator desse caso no STF.
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