O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), garantiu que a CPI do Apagão Aéreo será instalada nesta quinta-feira, às 15h, mesmo que até o fim do dia - quando termina o prazo - nem todos os partidos tenham apresentado suas indicações. O PMDB - que deve ficar com a presidência da comissão - e o PT - que provavelmente arcará com o ônus político da relatoria - ainda não se manifestaram.
- A comissão será instalada. Mais para a frente é com os partidos, que vão se entender sobre eleição da mesa da CPI - disse o petista.
O presidente do PMDB, Michel Temer (SP), e o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), estão nos Estados Unidos, com chegada prevista ao Brasil para esta noite. Um dos nomes cotados para assumir o cargo de presidente da CPI é o deputado Marcelo Castro (PI).
Já a bancada do PT, que se reuniu na tarde desta quarta-feira, decidiu apenas delegar ao líder, Luiz Sérgio (RJ), a responsabilidade pelas indicações. Luiz Sérgio, por sua vez, disse ter ficado surpreso com a decisão da bancada e afirmou que precisa de mais tempo para fazer as escolhas. São 14 deputados interessados em fazer parte da comissão e apenas oito vagas.
- Fizeram algo surpreendente depois de alguns debates: me delegaram o poder de escolha dos oito membros do partido. É muita responsabilidade e eu preciso refletir um pouco mais e ampliar as minhas consultas - afirmou Luiz Sérgio.
O líder petista, que já havia adiantado que escolheria deputados de primeiro mandato e pouca visibilidade , negou que só vá indicar os nomes depois que o PMDB o fizer, rejeitando qualquer relação com a decisão dos peemedebistas.
- Não há vinculação com as indicações do PMDB - afirmou.
Segundo Luiz Sérgio, se Chinaglia cumprir a promessa de indicar os nomes de ofício se até a meia-noite o partido não tiver feito as indicações, ele pode substituir os nomes na manhã de quinta-feira.
- Se ele (Chinaglia) indicar por ofício, depois eu substituo como líder - afirmou.
Chinaglia, por sua vez, negou que o fato de a presidência ficar com o PMDB e a relatoria com o PT seja uma demonstração de que a CPI acabe servindo aos interesses governistas.
- Pela diferença numérica, o governo terá como conduzir a CPI, mas não acredito que será uma CPI chapa-branca. Todo mundo sabe como começa uma CPI, mas não sabe como termina.
Até agora, foram feitas 12 indicações para a comissão
Oficialmente, foram indicados, até agora, 12 deputados para ocupar vagas de titulares na CPI. Do total de 24 vagas, 16 são para os governistas, sendo que 12 referem-se a PMDB, PT, PP, PR, PTB, PSC, PTC e PTdoB. O PP terá como titulares os deputados Beto Mansur (SP) e Nelson Meurer (PR), e, como suplentes, Luiz Fernando Faria (MG) e Sandes Júnior (GO). Já o PDT indicou Wolney Queiroz (PE) para titular e Sérgio Brito (BA) para suplente.
PR e PTB apresentaram os seguintes nomes: José Carlos Araújo (PR-BA) e Paes Landim (PTB-PI). Léo Alcântara (PR-CE) e Pedro Fernandes (PTB-MA) foram indicados como suplentes.
Já a oposição ficará com oito vagas: sete para o bloco PSDB, DEM, PPS e uma para o PSOL. O PSDB indicou Gustavo Fruet (PR), Vanderlei Macris (SP) e Zenaldo Coutinho (PA). O DEM será representado por Solange Amaral (RJ), Vic Pires Franco (PA) e Vitor Penido (MG). O PPS indicou Geraldo Thadeu (MG). Já o PSOL ainda não definiu seu representante.
Tucanos não se entendem sobre relatoria da CPI
O deputado Vanderlei Macris, que também é autor do requerimento de criação da CPI, desentendeu-se nesta quarta-feira com o líder tucano na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP), sobre a relatoria da CPI. Enquanto Pannunzio defende que o PSDB não lute para indicar o relator - o que, segundo ele, cabe aos partidos que detém a maioria -, Macris reivindicou o cargo para o partido.
O líder da oposição, Júlio Redecker (PSDB-RS), disse a minoria deve lançar um nome para o cargo de relator ao menos como protesto. E defendeu o nome do próprio Macris para a tarefa.
- Não temos condição de ganhar, mas precisamos fazer um protesto. E isso pode ser feito lançando uma candidatura - disse.
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