Porto Alegre - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção, que investiga irregularidades no governo da governadora gaúcha Yeda Crusius (PSDB) teve acesso ontem a 12 interceptações de telefonemas feitas pela Polícia Federal durante a Operação Solidária, que investiga favorecimentos em licitações de serviços e obras no Rio Grande do Sul.
Como os áudios estão protegidos por segredo de Justiça, o conteúdo não foi divulgado para a imprensa. Mas o deputado Luiz Augusto Lara (PTB), da base aliada de Yeda, saiu da reunião se dizendo surpreso e entristecido com as "coisas graves" que escutou. A oposição foi mais enfática. "Percebe-se claramente o conluio de agentes públicos com empreiteiros para fraudar licitações e para obtenção de dividendos financeiros", relatou a presidente da comissão, Stela Farias (PT). "Os áudios apontam para a formação de uma superquadrilha com ramificações em várias áreas, montada para praticar crimes contra o Estado", destacou Daniel Bordignon (PT). "Com a desarticulação do esquema do Detran pela Polícia Federal, os mesmos agentes reorganizaram-se em torno das licitações públicas, agregando outros protagonistas", afirmou. A fraude do Detran, descoberta em 2007, desviou R$ 44 milhões da autarquia. A Operação Solidária, da Polícia Federal, ainda em andamento, já teria detectado irregularidades próximas dos R$ 300 milhões.
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