Brasília (Folhapress) A CPI do Mensalão vai começar a ouvir na próxima semana os 18 deputados apontados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista dos Correios de envolvimento com o mensalão. A reunião para definir a ordem dos depoimentos está marcada para hoje, a partir das 19 horas.
O relator da CPI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), informou na manhã de sábado que somente na quinta-feira mais de 60 ofícios foram despachados pela comissão, pedindo o envio de informações e as quebras de sigilo fiscal, bancário e telefônico dos envolvidos no caso.
Vice-presidente
A CPI adiou também para a semana que vem a escolha do seu novo vice-presidente. O presidente da Comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), ainda busca um acordo entre base aliada ao governo e oposição para definir o nome do seu vice.
A vaga ficou aberta após a renúncia do deputado Paulo Pimenta (PT-RS). Oposição e governo querem o cargo, o que pode gerar uma nova votação.
Na reunião da última quinta-feira da comissão, na qual foi ouvido por mais de nove horas o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, a CPI também decidiu pedir as notas taquigráficas da reunião de sexta-feira da CPI dos Correios. Nessa reunião, os deputados Onyx Lorenzoni (PFL-RS) e Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) teriam ofendido a CPI do Mensalão, chamando-a de "buraco negro" e "CPI do Abafão".
Conflito
Amir Lando chegou a cogitar a possibilidade de enviar os nomes dos dois deputados ao Conselho de Ética da Câmara, mas qualquer decisão sobre o caso só ocorrerá na próxima semana, após a leitura das notas taquigráficas e uma deliberação do plenário da comissão. Lando confirmou que tem havido conflito entre as duas CPIs e lamentou o fato. "Existe uma competição inútil, que não constrói nada. Temos trabalhado com humildade. O que importa é o bom resultado."
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